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NÃO É TARDE DEMAIS
Acadêmico: José Renato Nalini
Para contrariar a inação e o fatalismo, recomenda-se um resgate da imaginação e da memória histórica. Boas mudanças começaram com ação de poucas pessoas.

Não é tarde demais

Tudo depende da narrativa. Há os que pensam que já passamos do ponto de inflexão e que a catástrofe derradeira é inevitável. Tendo a acreditar que a maioria dos cientistas perfilha essa orientação. Outros, em número menor, pensam que ainda há chance de a humanidade se salvar do extermínio total.

Dentre estes, a escritora e historiadora americana Rebecca Solnit, escreveu com a ativista Thelma Young Lutunatabua, o livro “Não é tarde demais: mudando a história do clima do desespero para a possibilidade”.

A dupla convidou muitas pessoas para analisar, cada qual do seu ângulo de visão, a situação do planeta, mas com o viés da esperança. Ambas acreditam que ainda não se perdeu a possibilidade de concretização de um convívio mais belo, abundante e capaz de dar alegria a todos os viventes. Tudo depende de como nos comportarmos nesta década.

Para contrariar a inação e o fatalismo, recomenda-se um resgate da imaginação e da memória histórica. Boas mudanças começaram com ação de poucas pessoas, geralmente consideradas insignificantes, impotentes e marginais. Esta é a década decisiva. O que se conseguir fazer nos próximos anos determinará o futuro da humanidade.

Agir localmente, embora pensando globalmente, é algo que todos podem fazer. A ecoansiedade é um sentimento que angustia milhões de pessoas, todas assustadas com as catástrofes anunciadas. E, algumas delas, de fato ocorrendo em diversas partes da Terra.

Dá-se a impressão de que as pessoas renunciaram à política limpa, ao ar puro, à água despoluída, à saúde física e mental. O mundo impregnado pelo veneno físico e político dos combustíveis fósseis e da corrupção nas altas esferas, não consegue despertar entusiasmo nas pessoas sensíveis, principalmente nos jovens.

Estes já não acreditam no acúmulo material. Querem abundância é de amizades, abundância e fartura de confiança no futuro, de laços sociais mais fortes, de famílias mais unidas e indissoluvelmente ligadas por nós afetivos indestrutíveis. Encarar as crianças e realmente querer que elas tenham um amanhã, fará com que o trato das questões climáticas passe do discurso à prática. A começar por nossa casa.

Publicado no jornal do Diário do Litoral
Em 19 09 2023



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