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ADA, DOCE FIGURA
Acadêmico: Ignácio de Loyola Brandão
"A cada texto publicado por um acadêmico, podia esperar um comentário dela, talvez tenha sido a mais assídua de todos nos ao responder imediatamente. Tinha um jeito tranquilo, um sorriso breve."

Quando cheguei a Academia em 2007, na minha primeira reunião, intimidado, afinal estava entre essa gente toda que eu admirava, fiquei em meu canto, observando e indagado se eu merecia estar aqui, se ia funcionar. Muitos eu não conhecia a não ser por referências ou leituras, como Erwin Rosenthal, Paulo Nogueira Neto, José Pastore, Bolivar Lamounier Luis Carlos Lisboa e Ada Pellegrini.
Foi Ada das primeira a me dar as boas vindas, sorridente, e jamais me esquecerei disso. Confessou que lia minha crônicas no Estadão, conversamos sobre o fazer do cronista, ela sentou-se ao meu lado na mesa de chá, foi me deixando à vontade.
Ao longo destes anos todos, me acostumei com aquela figura informal e ficava surpreso com o tanto que ela viajava, ora na Itália, ou no Japão, em Roma. A cada texto publicado por um acadêmico, podia esperar um comentário dela, talvez tenha sido a mais assídua de todos nos ao responder imediatamente. Tinha um jeito tranquilo, um sorriso breve.
Há poucos meses me enviou uma crônica pedindo, vejam só, a minha opinião, uma orientação, uma correção. Fiquei constrangido, imaginem a Ada me pedindo uma orientação? Quem sou eu? respondi a ela, comentando algumas coisas breves.
No domingo, quando cheguei do interior de Minas, de Cangalha, onde não pega celular, não há internet e fiquei ilhado de propósito para terminar meu novo romance, recebi a noticia da morte de Ada. Fiquei consternado. Ela fará falta. Convivemos exatamente dez anos, e eu me afeiçoei a sua figura. Ela me ensinou a ser acadêmico
Ignácio de Loyola Brandão





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