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HORIZONTE INFINITO
Acadêmico: José Renato Nalini
"Educar significa habilitar o ser educando a se servir do acervo de informações de maneira a tornar sua vida prazerosa, além de propiciar a ele o sustento próprio e daqueles sob sua dependência."

A educação é a principal questão brasileira. Se enfrentada com clareza, coragem e objetividade, a maior parte dos problemas que afligem a Nação teria sido solucionada. Educação integral reduz a violência. Alguém civilizado não se torna santo, mas ao menos desenvolve freios inibitórios que geram convívio formalmente polido. A redução da violência retrairia o ritmo crescente na edificação de presídios e de estabelecimentos destinados à recuperação de menores infratores.

Educação melhora a saúde. Quem estiver preparado saberá prevenir males evitáveis, cuidará do corpo e da mente. Não serão necessários tantos hospitais, unidades de atendimento, pronto-socorros e similares.

O trânsito flui melhor com pessoas educadas. Não estou dizendo “escolarizadas”, mas formadas em sensatez, prudência e sensibilidade. O meio ambiente ganhará parceiros conscientes. O território minado da política partidária, hoje tão desacreditado, ganhará consistência. Uma boa educação cuidará de oferecer à nacionalidade uma cidadania pronta a assumir seus deveres e, portanto, muito mais apta a participar da missão de edificar a Pátria justa, fraterna e solidária prometida pelo constituinte de 1988.

Educar no século XXI é muito mais do que propiciar vagas em escolas. A universalização no acesso à educação formal praticamente foi atingida. Todavia, resta enorme caminho a percorrer, até se faça da escola de todas as escolas o ambiente de aprendizado de vida.

Não basta embora necessário transmitir conhecimento à infância e à juventude. A cultura acumulada em milhões de anos da História nunca esteve tão disponível e acessível. O notável e surpreendente avanço das tecnologias da comunicação e informação tornaram o mundo um objeto a ser apropriado por todo aquele que tiver interesse, curiosidade intelectual e acesso a qualquer dessas bugigangas eletrônicas disponíveis: Iphone, tablet, computador, e o que mais vier.

Educar significa habilitar o ser educando a se servir do acervo de informações de maneira a tornar sua vida prazerosa, além de propiciar a ele o sustento próprio e daqueles sob sua dependência.

Quem se devota à educação o faz por amor, senão a tarefa é insuportável. Mas a paixão pelo ensino implica em sacrifícios. É preciso estar alerta para as profundas mutações por que passa o mundo. Em todos os setores, mas, principalmente, no âmbito dos valores.

A circuitaria neuronal das novas gerações é digital, enquanto aquela da maior parte dos profissionais da educação ainda continua analógica. Isso cria um descompasso que só pode ser superado com enorme esforço.

Algo que o educador tem de ter em mente é o de que não se pode prever como será a escola daqui a 20 anos. Só se pode garantir que não será como a escola de hoje.

Grande número de profissões que ainda constam do cardápio oferecido ao alunado está em processo de extinção. Estamos formando profissionais para misteres que ainda sequer têm nome. Daí o incremento em alavancar competências não apenas cognitivas, mas também socioemocionais. Quem se conhece bem pode avaliar as condições ideais para se relacionar com o próximo, intensificar as relações com a natureza e enfrentar a questão da transcendência. É preciso encontrar respostas para o inesperado, para os desafios e para a incontornável necessidade de mudar de rumo quando o panorama o exigir.

Se as incertezas estão em cada curva, o convite a encará-las e superar as dificuldades é estimulante. Vive-se uma era cujo signo é a velocidade e a obsolescência. Ambas nos atropelam. Mas sobreviver com esperança é o que nos mantêm animados e a caminho de um horizonte sedutor e infinito.



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