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EM TEMPOS NERVOSOS
Acadêmico: José Renato Nalini
"O mundo já está cansado de grosserias, de mau-humor, de maledicência, de agressões e de violências. Por que despender precioso tempo, algo que nunca mais se recupera, a proporcionar espetáculos deprimentes, seja no micro ou no macro-cenário, se podemos fazer a diferença?"

A crise de múltiplas faces atemoriza as pessoas. O aumento do desemprego, a inflação crescente, os salários a minguar, a incerteza quanto ao futuro, tudo leva muita gente à depressão, angústia e até ao desespero.

É nesses momentos que devemos reagir. Quem possui a âncora da crença está à frente dos demais, pois amparado pela certeza de que nada acontece por acaso. Aquele que não deixa cair um fio de cabelo ou uma folha de árvore, terá muito maior carinho em relação à primícia dentre as criaturas. Aquela feita à Sua imagem e semelhança.



Os demais precisam de outras alavancas para a difícil travessia. Um dia a crise terminará. Nada é infinito. Nem o bem, nem o mal. Para estes, desenvolver a inteligência emocional pode representar uma vereda em busca da serenidade.



Alguns passos mostram-se importantes. O primeiro é observar e identificar as emoções. Algo que nem sempre se faz, na rotina do trabalho e das inúmeras requisições a que todos estamos submetidos. Um exercício fácil e que depende apenas de nossa vontade é prestar atenção a como nos sentimos diante de algum fato ou ocorrência. Tentar vincular a emoção à sensação física experimentada quando ela surge. Isso é buscar o autoconhecimento.



Nunca prestamos atenção em nossas condutas. Aprender a gerir emoções só se faz quando se tem consciência de que as experimentamos. Como é que reagimos diante da adversidade? Por que temos simpatias e antipatias gratuitas?



Se estivermos conscientes de nossos sentimentos e de como nos comportamos em virtude deles, poderemos assumir responsabilidades por eles. A própria conduta é responsabilidade de cada qual. Não vem de fora. É algo espontâneo e que surge dentro de nós. Ninguém tem culpa se nos portamos com rudeza, grosseria ou rispidez.



Ser antipático é alguma coisa que assumimos espontaneamente, a despeito de qualquer provocação recebida.

Impõe-se a prática da resposta, em substituição à reação. Reagir é instintivo, quase inconsciente. Há um gatilho emocional disparado e depois disso, o mal poderá ter sido causado e será difícil repará-lo. Palavras desferidas podem ser setas. Atingem sentimentos alheios. Não podem ser recolhidas ou não ditas, uma vez proferidas.



Já responder é processo consciente, antecedido pela percepção, pela ponderação e por uma postura mais civilizada. O mundo da incivilidade é muito triste. Parece o retrocesso à trajetória

sacrificada à qual a Humanidade se submeteu para atingir estágios considerados satisfatórios no convívio.



Uma receita infalível é a prática da empatia. É compreender o sentimento alheio e de mostrar, com franqueza generosa essa compreensão. É um treino permanente para a paciência, para a tolerância, para o domínio da irritação perante a diferença. Cabe indagar a nós mesmos: "Por que estou me sentindo assim?". A princípio, a resposta poderá ser "Não sei". Com o passar do tempo e aplicação rumo ao autoconhecimento, já poderemos encontrar uma resposta.



Quem se conhece melhor aprenderá também a melhor conhecer o outro. Criará ambiente positivo, será uma pessoa agradável, relacionar-se-á com empatia, semeará bem-estar à sua volta.



O mundo já está cansado de grosserias, de mau-humor, de maledicência, de agressões e de violências. Por que despender precioso tempo, algo que nunca mais se recupera, a proporcionar espetáculos deprimentes, seja no micro ou no macro-cenário, se podemos fazer a diferença?



A Humanidade agradecerá a quem se preocupar em evidenciar que a criação do ser humano não foi um projeto fracassado.



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