cadeira nº 33
FRANCISCO MARINS

Patrono: Teófilo Dias
Aniversário: 23/11/1922
Data de posse: 25/3/1966

Nasceu em Pratânia (SP), a 23 de novembro de 1922 e faleceu dia 10 de abril de 2016 em São Paulo.

Descende de tropeiros e plantadores de café.
Formou-se em 1946, pela Faculdade de Direito de São Paulo e, durante o curso jurídico foi diretor da Revista Arcádia e Presidente da Academia de Letras da mesma.

Foram seus contemporâneos na Faculdade os futuros confrades da Academia: Israel Dias Novaes, Lygia Fagundes Telles, Leonardo Arroyo, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Rubens Teixeira Scavone, Célio Debes, Paulo Bomfim, José Altino Machado.

Presidente da Academia Paulista de Letras em dois mandatos, Presidente Emérito em 2003, dirigiu por 17 anos a revista Academia Paulista de Letras e incentivou a coleção de obras pela mesma editada.

Representou a entidade em colóquios no Brasil e em Portugal sobre a reforma ortográfica da língua portuguesa, grupo Antonio Houaiss e em várias reuniões sobre estudos pela unificação do idioma, nas áreas de lusofonia.

Como Editor da editora Melhoramentos, foi responsável pela publicação de várias coleções e, também, de obras fundamentais da cultura brasileira. Entre as primeiras: "Memória Histórica Brasileira", "Ficção Nacional", "Clássicos Imortais" e, ainda, "Verdes Anos", "Obras Célebres", "Colorama", estes últimos no campo da literatura infanto-juvenil e, ainda, dirigiu a equipe que elaborou o "Novo Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa Melhoramentos".

Um dos fundadores da Câmara Brasileira do Livro e, também, seu vice e, depois Presidente, bateu-se pela aprovação de vários projetos ligados ao desenvolvimento da indústria editorial; divulgação do livro através das Bienais do Livro, hoje de projeção internacional; criação de bibliotecas,etc. Participou do Conselho Estadual de Cultura de São Paulo e da Fundação Pe. Anchieta, TV Cultura.

Em 1984 fundou em Botucatu o "Convivium" - Espaço Cultural - que acolhe a Academia Botucatuense de Letras e o Grupo Convivência. Dispõe de rica biblioteca destinada a estudiosos e amplo documentário histórico sobre a região. Criou o Clubinho Taquara-Póca, no Vale do Sol, Botucatu, SP, destinado a incentivar a defesa da natureza, dos animais e do eco-sistema. Responsável pela divulgação em plano nacional do mito do Curupira, com as ilustrações de Oswaldo Storni. Bibliografia: Livros infanto-juvenis: séries "Taquara-Póca" e "Roteiro dos Martírios"; Romances: "Saga do Café e O Homem e a Terra". Numerosos títulos foram traduzidos em 15 línguas. A tiragem global desses volumes ultrapassa três milhões de exemplares. Na Europa o livro "The Mystery of the Gold Mines", tornou-se "best-seller" na Hungria e o nome do Autor incluído na "Coleção Delfin", a qual reúne os chamados clássicos da literatura juvenil de todo mundo. Obras editadas: pela Melhoramentos: "Nas Terras do Rei Café", "Os Segredos de Taquara-Póca", "O Coleira Preta", "Gafanhotos em Taquara-Póca", "Viagem ao Mundo Desconhecido", "Território de Bravos", "A Aldeia Sagrada", "Expedição aos Martírios", "Volta à Serra Misteriosa", "O Bugre-do-Chapéu-de-Anta", "O Favo de Mel" (contos). Pela Ática: "O Mistério dos Morros Dourados", "A Montanha das Duas Cabeças"; "Em Busca do Diamante"; "A Guerra de Canudos"; "Clarão na Serra"; "Grotão do Café Amarelo"; "... A porteira bateu!"; "Atalho sem Fim"; Teatro ("Taquara-Póca" - adaptação); pela Saraiva: "O Sótão da Múmia". Pela editora Escrituras: "O Curandeiro dos Olhos em Gaze" (recontos), Atalhos sem Fim (nova edição) o qual relata o ciclo das boiadas e a Revolução de 1924. Plaquetas e monografias; Discurso de Posse (Recepção por Lourenço Filho); Discurso de Recepção aos Acadêmicos Hernâni Donato, Ibiapaba Martins, Célio Debes e Paulo José da Costa. Participação em Congressos e Colóquios: Em Londres: Apresentação de Texto-Programa para a cadeira de literatura brasileira "Cambridge University"; Feira Internacional do Livro de Frankfurt (4 vezes); Feiras do Livro Infantil Buenos Aires e Bologna; Feira Internacional - Gráfico-editorial (Milão). Sobre o livro didático: Book - League e Book Center (Londres); Representante brasileiro no Congresso de Escritores Latino-americanos Springlinger Alemanha; Participação em Congresso Cultural no México e Los Angeles; Lançamento da Enciclopédia Britânica em português (Barsa) e língua espanhola no México.

Prêmios Literários: Representante do Brasil ao Prêmio "Hans Christian Andersen"; "Carlos Laet (Academia Brasileira de Letras); Prêmio Prefeitura Municipal de São Paulo"; "Fábio Prado" (União Brasileira de Escritores); "Jabuti" (Câmara Brasileira do Livro); "Medalha do Mérito Pen Club de São Paulo"; "Lourenço Filho", de literatura infanto-juvenil; Calipso - Nestlé de Literatura.

Palestras: Sobre Livros infanto-juvenis em cinco dezenas de cidades brasileiras; Em São José do Rio Pardo: "Os Caminhos que partem de Euclides e de "Os Sertões"; Universidade de Coimbra; Universidade Nova, Lisboa - Portugal; Casa do Brasil, Madrid. Francisco Marins tem participado de seminários, entrevistas na imprensa, programas de TV, sempre no sentido de incentivo à leitura e a projetos culturais. Recebeu o Diploma de Mérito Euclidiano pela Casa Euclides da Cunha de São José Rio Pardo. O mais recente projeto do escritor: Reconstituição, no município de Pratânia, S.P., do antigo pátio e igreja típica, esta outrora construída pelos seus antepassados, e da área cultural denominada Taquara-Póca, onde a juventude local e visitantes encontram ambiente típico regional e personagens dos livros infanto-juvenis criadas pelo escritor. Abas do livro "O Curandeiro dos olhos em gaze": "Para certa classe de leitores, as narrativas de Francisco Marins, dotadas de grande força e beleza, serão sempre atraentes pelo sentido épico de fatos e situações, daquilo que se pode chamar de "saga paulista". Para outros serão um curioso documento de época, com aspectos contrastantes, a animarem interpretação da mais diversa índole". "O autor se faz veículo da realidade cultural da região, expressando-a através de uma linguagem conformada aos valores rurais do espaço geográfico e social. "A interlocução é entre o homem - a tentar a sobrevivência pelo seu domínio sobre a terra, civilizando-a e a natureza, que lhe responde e resiste pela carga vital que carrega em seu âmago". "As personagens estão ajustadas psicologicamente às condições ásperas do meio e da época, de forma a condicionar seu comportamento às rudes solicitações de sobrevivência, no cenário das franjas pioneiras e do desbravamento. Algumas destas opiniões críticas acerca dos romances Clarão na Serra, Grotão do café amarelo, ...E a porteira bateu e Atalho sem fim são inteiramente válidas para os contos reunidos neste volume, aos quais Francisco Marins preferiu chamar de "causos", orais ou do imaginário popular, que ganharam forma escrita. E, para não fugir à prática de que "quem conta um conto...", o autor aumentou-os e modificou-os, imprimindo-lhes os ingredientes de um estilo inconfundível de narrador, já sinalizados anteriormente nas obras citadas. Seu estilo contribuiu para que se tornasse um dos escritores mais notáveis e lidos, não apenas por suas características regionais, mas, principalmente, por bem retratar o homem brasileiro, em seus constantes desafios e confrontos de sobrevivência e afirmação. Abas do livro Atalhos sem Fim. "Ao contar a desastrada viagem de uma boiada, de Mato Grosso para as pastagens da “Cuesta”, os crimes de abigeato praticados por uma súcia de ladrões de gado, Francisco Marins nos dá, de permeio, panorama dos difíceis anos, para o interior paulista, centrados em típica fazenda de café e uma cidade, após o desastre climático, na maior lavoura do mundo, com a geada de 1918.
Crises sucessivas levavam a alterações políticas e sociais, culminando com a Revolução Paulista de 1924, de seríssimas perturbações na Capital: barricadas e bombardeios de edifícios e fábricas, deixaram, após 23 dias, 500 mortos, 5.000 feridos e afugentaram mais de 200 mil pessoas.

Em “Santana”, entroncamento ferroviário, onde os vencidos tentam oferecer resistência concentra, o escritor, o foco da narrativa até a retirada das tropas para as barrancas do rio Paraná e, em seqüência, inicia-se a formação da célebre Coluna Prestes. No entremeio, duas histórias de amor, marcadas por muitos desencontros, a premiação de uma Pintora modernista, remanescente da Semana de Arte Moderna e, ainda, as tricas e futricas da politicagem à sombra do antigo P.R.P. Esta a dominar o ambiente pacato de uma cidade provinciana.

Dos mais lidos entre nós, especialmente na área da literatura infanto-juvenil, com as séries Taquara-Póca e Roteiro dos Martírios, Francisco Marins está traduzido em 15 idiomas e suas edições em língua portuguesa atingem mais de três milhões de exemplares.

Neste volume, de conteúdo autônomo há, continuidade do entrecho e pela vida de personagens, dos romances: Clarão na Serra, Grotão do Café Amarelo, ... E a Porteira Bateu nos quais o escritor, em estilo inconfundível, retrata, o homem brasileiro, em seus constantes desafios e confrontos para sobrevivência e afirmação, em meios hostis. “Para certa classe de leitores, disse um crítico literário sobre “O Curandeiro dos Olhos em Gaze”: as narrativas de F.M. , dotadas de grande força e beleza, serão sempre atraentes pelo sentido épico de fatos e situações, daquilo que se pode chamar de “saga paulista”. Para outros serão um curioso documento de época, com aspectos contrastantes, a animarem interpretação da mais diversa índole.”

Francisco Marins já foi traduzido em 15 idiomas e as edições em língua portuguesa atingem hoje a marca de três milhões de exemplares. No posfácio, o autor dá algumas pistas em relação às "chaves" inspiradoras ou motivadoras dos seus recontos.







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