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DISCURSO DE POSSE (13.03.2020)
Acadêmico: Maria Adelaide Amaral
QUERIDAS CONFREIRAS E QUERIDOS CONFRADES, É UMA HONRA E UM PRIVILÉGIO ESTAR AQUI, NOS “CAMPOS DE AROUCHE, NOSSA FÉ E NOSSA CAUSA, NOSSA PAZ E NOSSA GUERRA, NOSSO AMOR E NOSSA LUZ”, COMO DISSE PAULO BOMFIM, AO ASSUMIR A CADEIRA 35.

SENHORAS E SENHORAS, É COM GRANDE ALEGRIA QUE
HOJE ASSUMO A CADEIRA QUE FOI DE PAULO BOMFIM.

QUERIDAS CONFREIRAS E QUERIDOS CONFRADES, É UMA
HONRA E UM PRIVILÉGIO ESTAR AQUI, NOS “CAMPOS DE
AROUCHE, NOSSA FÉ E NOSSA CAUSA, NOSSA PAZ E NOSSA
GUERRA, NOSSO AMOR E NOSSA LUZ”, COMO DISSE PAULO
BOMFIM, AO ASSUMIR A CADEIRA 35.

CINCO VIDAS ME PRECEDEM NA CADEIRA QUE ASSUMO. SEU
PATRONO É ANTÔNIO DE GODOY, TÃO LONGÍNQUO E TÃO
PRÓXIMO COM AS CRÔNICAS DE EGAS MUNIZ, UM EXEMPLO
DE DIGNIDADE, E PERSONAGEM ADMIRÁVEL DA MINHA
INFÂNCIA LUSÍADA.

O FUNDADOR DA CADEIRA 35 É JOSÉ VICENTE SOBRINHO,
AUTOR DE CONTOS E FANTASIAS, QUE SERIA SUCEDIDO POR
UM ENGENHEIRO DE VARIADOS TALENTOS: JOSÉ PEDRO DA
VEIGA MIRANDA, POETA BAIRONIANO, QUE CHEGOU A SER
MINISTRO DA MARINHA. O ILUSTRE PLÍNIO AYROSA,
TAMBÉM ERA ENGENHEIRO, CONTUDO PASSOU À HISTÓRIA
COMO LINGÜISTA E ARQUEÓLOGO DA CULTURA INDÍGENA.

MAS É QUINTO CAVALEIRO IMORTAL QUE HOJE ME RECEBE
COM SEU SORRISO DE MENINO. ELE, QUE AMOU INTENSAMENTE AS MULHERES E FOI UM PRÍNCIPE NO TRATO COM OS AMIGOS. ELE, PAULO BOMFIM, O BARDO QUE “MORRIA DE CADA VERSO, PARA RENASCER NO VERSO SEGUINTE”. A CHAMA QUE PERMEOU SUAS PAIXÕES E SUA POESIA PERMANECEU ACESA ATÉ O FIM DE SUA VIDA. ELE, QUE ERA “TRANSPARÊNCIA E MISTÉRIO”. ELE, PAULO BOMFIM, QUE POR SUA VONTADE ME TROUXE AQUI!

A EXEMPLO DELE, EU ACREDITO NA FORÇA DO VERBO, NA
AÇÃO TRANSFORMADORA DA PALAVRA ESCRITA E FALADA,
A SERVIÇO DA CULTURA E DA LIBERDADE.

“ESCREVER É A ARTE DE CONSTRUIR ESPELHOS E ILUMINAR
AS TREVAS”. É A ARTE DE REVELAR E CELEBRAR PAIXÕES. É
A ARTE DE REPRODUZIR REALIDADES E TRANSFIGURÁ-LAS.
É A ARTE DE PRODUZIR EMPATIA, REVOLTA E COMPAIXÃO.
ESCREVER É A ARTE DE RESISTIR!
“UM RÉQUIEM PARA OS MÁRTIRES DE TODAS AS CAUSAS/
PARA A INOCÊNCIA DOS QUE A PERDERAM/ PARA A
ESPERANÇA QUE TANTAS VEZES SE EVADE! / PARA OS
BICHOS TRESPASSADOS/ PARA AS ÁRVORES ABATIDAS”,

ESCREVEU PAULO BOMFIM
UMA CANÇÃO DE AMOR PARA ESTA INSÓLITA METRÓPOLE,
SEMPRE PROVISÓRIA, SEM PLANO URBANÍSTICO
PREESTABELECIDO, CRESCENDO AO CAPRICHO DAS
URGÊNCIAS DO MOMENTO. MAS É POR ELA QUE CAMINHO,
COMO CAMINHOU PAULO BOMFIM, BOÊMIO ADOLESCENTE
DE CHAPÉU DESABADO, OUVINDO “O BATER DE ESTACAS NOS
TERRENOS MORTOS/ O PRÉDIO QUE SUBIA APAGANDO A
HISTÓRIA DA CIDADE”. MAS JAMAIS SUA MEMÓRIA. POR
ENTRE A POEIRA E AS CINZAS, O POETA VISLUMBRAVA
ENTRELAÇADOS O PRESENTE E O PASSADO. O HOMEM E O
MENINO SEGUIAM JUNTOS PELA RUA MAJOR SERTÓRIO,
PARAVAM EM FRENTE À SAUDOSA BIBLIOTECA INFANTIL, ONDE O POETA ENSAIOU VOAR UM DIA. NA RUA REGO
FREITAS, ONDE VIVEU AS PRIMEIRAS DÉCADAS DE VIDA,
DESCORTINAVA A SUA INFÂNCIA À LUZ DOS LAMPIÕES A GÁS
E AO SOM DO PIANO DE SUA TIA.
NO TEMPO EM QUE A NOITE ERA UMA CRIANÇA EDUCADA, A
CIDADE INTEIRA LHE PERTENCIA.
NA PRAÇA JÚLIO DE MESQUITA, SAUDAVA OS NOTÍVAGOS
QUE SAÍAM DO MORAES. NA RUA VITÓRIA, AS MÚSICAS DAS
BALALAICAS DO RIALTO CHORAVAM LEMBRANÇAS DE UMA
RÚSSIA DESAPARECIDA. NO BOM RETIRO, A RUA JOSÉ
PAULINO ERA UMA FATIA DE ISRAEL ADORMECIDA. NO BAR
AMADOR, UMA VITROLA TOCAVA UM TANGO DE GARDEL.
ALI, UMA PROSTITUTA LHE CONTOU QUE TINHA UMA FILHA
EM SANTOS, ESTUDANDO NUM COLÉGIO DE FREIRAS. A
MENINA VIRIA A SÃO PAULO E PERGUNTOU AO POETA SE
PODERIA ACOMPANHÁ-LAS NO DIA SEGUINTE. ERA
IMPORTANTE QUE FILHA SOUBESSE QUE SUA MÃE TINHA
AMIGOS DECENTES E DISTINTOS.
E FOI ASSIM QUE UMA MENINA DE UNIFORME AZUL, UMA
MULHER DISCRETAMENTE VESTIDA E UM JOVEM POETA
MERGULHARAM NA FANTASIA DO PARQUE SHANGAI, QUE
FICAVA NO GLICÉRIO, EM FRENTE AO CINE ITAPURA.
NÃO SEI SE O POETA VIU A TRISTE DETERIORAÇÃO DA
BAIXADA DO GLICÉRIO, MAS CERTAMENTE ASSISTIU À
DECADÊNCIA DA RUA BARÃO ITAPETININGA: A RUA DA
LIVRARIA BRASILIENSE, DO ESCRITÓRIO DE GUILHERME DE
ALMEIDA NO PRÉDIO DA CONFEITARIA VIENENSE, ONDE AS VALSAS SILENCIARAM HÁ MUITO TEMPO. NADA TAMBÉM
RESTOU DO ESPLENDOR DA RUA MARCONI, DAS LIVRARIAS
TEIXEIRA E JARAGUÁ, DO CHÁ DO MAPPIN, DE TODOS OS
BARES E CONFEITARIAS DO CENTRO NOVO DA CIDADE.
EM SUAS JORNADAS, PORÉM, NOSSO CAMINHEIRO
CONTINUOU REVISITANDO O CLUBINHO DOS ARTISTAS, ONDE
CONVERSAVA COM REBOLO, RIA COM LUIS MARTINS E
CLÓVIS GRACIANO. VISITAVA JOSÉ GERALDO VIEIRA E
MARIA DE LOURDES TEIXEIRA. ENCONTRAVA YOLANDA E
CICCILO NO MUSEU DE ARTE MODERNA RECÉMINAUGURADO E TOMAVA UM CAFÉ COM CHATEAUBRIAND, QUE LHE FALAVA ENTUSIASMADO DAS NOVAS AQUISIÇÕES DO MASP. NA GALERIA CALIFÓRNIA, PARAVA NA VITRINE DA LIVRARIA KOSMOS E, SE TIVESSE TEMPO, PASSARIA NA LIVRARIA FRANCESA PARA VER AS NOVIDADES. ENTÃO, ELE ENTRAVA NO No. 262 DA RUA BARÃO DE ITAPETININGA, SORRIA ÀS NORMALISTAS EM FLOR NA CONFEITARIA VIENENSE E OUVIA O TRIO DE CORDAS TOCAR “VOZES DA PRIMAVERA”, NOVAMENTE.
FOI NO SEGUNDO ANDAR DESSE PRÉDIO QUE, NOS FIM DOS
ANOS 50, VI PAULO BOMFIM ENTRANDO NO ESCRITÓRIO DE
GUILHERME DE ALMEIDA, QUE FICAVA AO LADO DA OFICINA
DE JÓIAS DEMEU PAI. EU OLHAVA ENCANTADA PARA AQUELE
HOMEM ALTO, BONITO E AFÁVEL, E SONHAVA EM FAZER
PARTE DO SEU MUNDO. O MUNDO DA POESIA E DA
DELICADEZA DE GUILHERME, PAULO E BABY DE ALMEIDA.
COMO O POETA, AMAVA A INSÓLITA METRÓPOLE. TÍNHAMOS
TANTO EM COMUM E ELE AINDA NÃO SABIA.
MUITOS ANOS SE PASSARAM ATÉ EU LHE CONTAR QUE SÃO
PAULO ACOLHERA A MIM E À MINHA FAMÍLIA, EM
DEZEMBRO DE 1954. E QUE A VIZINHANÇA BATEU À PORTA E
NOS OFERECEU IGUARIAS ITALIANAS. ERA VÉSPERA DE
NATAL E , EM MEIO A CAIXAS E BAÚS, NÓS TÍNHAMOS
ESQUECIDO.. NA MOOCA, OFERECER QUITUTES AOS
VIZINHOS ERA UMA FORMA DE SOLIDARIEDADE E
GENTILEZA. MEUS PRIMEIROS PASSOS EM SÃO PAULO FORAM
DADOS NUM PEDAÇO DA ITÁLIA. NA MOOCA DA IGREJA DE
SAN GENARO, DO COLÉGIO ESTADUAL ANTONIO FIRMINO DE
PROENÇA, DO CINE ROMA, CINE SANTO ANTÔNIO, CINE
ICARAÍ, DOS FILMES MEXICANOS E DO NEOREALISMO
ITALIANO, DAS COMÉDIAS DA ATLÂNTICA E DOS MUSICAIS
AMERICANOS.
NA RUA CORONEL BENTO PIRES, DALVA DE OLIVEIRA E TRIO
LOS PANCHOS CONVIVIAM COM A CORTINA LÍRICA E A
MENSAGEM MUSICAL DA ITÁLIA. AS NOVELAS DA RÁDIO SÃO
PAULO E OS AGUDOS DA SOPRANO DIVA ALLEGRUCCI SE
HARMONIZAVAM COM A VOZ DE CONTRALTO DE DONA
CARMEM, CANTANDO ÚLTIMO DESEJO. NA MOOCA VERDI E
NOEL ROSA ANDAVAM DE BRAÇOS DADOS.
A INSÓLITA METRÓPOLE FOI A RAZÃO ME APROXIMOU DE
PAULO BOMFIM. O ANO ERA 2003. EU TRABALHAVA, COM
ALCIDES NOGUEIRA, EM UMA MINISSÉRIE SOBRE OS 450 ANOS
DE SÃO PAULO.
CONTARÍAMOS A HISTÓRIA CULTURAL DA CIDADE, DA
SEMANA DE 22 À SEGUNDA BIENAL, ATRAVÉS DA SAGA DOS SEUS PROTAGONISTAS: TARSILA, MÁRIO, OSWALD, PAGU,
ANITA, YOLANDA E CICCILO, PAULO PRADO, OLIVIA GUEDES
PENTEADO, CHATEAUBRIAND, ARTISTAS, ESCRITORES,
PERSONAGENS SOBRE OS QUAIS PAULO BOMFIM FALAVA
COM AFETO E FAMILIARIDADE. A SÉRIE SE CHAMOU UM SÓ
CORAÇÃO E O TÍTULO FOI DADO POR ELE. SOMOS MUITOS E
MUITOS DIVERSOS, MAS UNIDOS EM UM SÓ CORAÇÃO.
O VERDADEIRO ENCONTRO É AQUELE QUE CONFIRMA
ALGUMA COISA QUE TRAZEMOS EM NÓS. EU ME
RECONHECIA NA INDEPENDÊNCIA E LIBERDADE DO POETA,
QUE ACOLHIA O VELHO E O NOVO, O POPULAR E O ERUDITO,
A VANGUARDA E A TRADIÇÃO.
NO APARTAMENTO DE PAULO E EMY BONFIM NA AVENIDA
IPIRANGA, O JOVEM JORGE MAUTNER LIA OS ORIGINAIS DE
DEUS DA CHUVA E DA MORTE PARA YVES GRANDRA E
IBRAHIM NOBRE. NAS CASAS DO POETA, TODOS OS
PENSAMENTOS E IDÉIAS CONVIVIAM HARMONIOSAMENTE.
AS PORTAS DA HISTÓRICA GALERIA ATRIUM ESTAVAM
ABERTAS PARA ARTISTAS E OBRAS DE TODAS AS
TENDÊNCIAS. A RUA SÃO LUIS TREMEU QUANDO A GALERIA
PROMOVEU O PRIMEIRO HAPPENING NOS ANOS 60. MAS
LOGO A EFERVESCÊNCIA CULTURAL SERIA INTERROMPIDA
PELO AI5, PELA CENSURA E OSTENSIVA REPRESSÃO ÀS
ARTES E ARTISTAS, AOS LIVROS E ESPETÁCULOS.
“A LIBERDADE OFENDE PESSOAS E REGIMES. UM HOMEM
VERDADEIRAMENTE LIVRE É UMA AMEAÇA CÓSMICA”,
ESCREVEU O POETA EM INSÓLITA METRÓPOLE!
AO PREPARAR ESTA ORAÇÃO DE POSSE, FIQUEI
ESTUPEFACTA COM A ATUALIDADE DE PAULO BOMFIM!
“NESTE MOMENTO DE ANGÚSTIA, A PALAVRA E O LIVRO SÃO
AS ÚNICAS TÁBUAS POSSÍVEIS DE RESISTIR AO NAUFRÁGIO”,
ELE DISSE.
“EU ACREDITO NA PALAVRA, FIZ DELA MEU OFÍCIO E MINHA
VIDA”
, AFIRMOU O POETA QUE ME TROUXE AQUI.
EU TAMBÉM FIZ DA PALAVRA MEU OFÍCIO E MINHA VIDA.
DEPOIS DE INCURSÕES MEDÍOCRES PELA POESIA,
ENCONTREI MEU CAMINHO NO TEATRO, EM 1974, NA MAIS
IMPORTANTE DAS MINHAS ESCOLAS, QUE FOI A DIVISÃO
CULTURAL, DA EDITORA ABRIL. TRABALHAVA NA ÉPOCA
NUMA COLEÇÃO CHAMADA “TEATRO VIVO”.
NAQUELE TEMPO DE ANGÚSTIA, A PALAVRA ERA MINHA
FORMA DE LUTAR CONTRA O ARBÍTRIO. NÃO POR ACASO
MINHA PRIMEIRA PEÇA SE CHAMOU A RESISTÊNCIA.
RESISTIR É PRECISO. HOJE COMO ONTEM. É PRECISO
RESISTIR TODA VEZ QUE NOS DEFRONTAMOS COM A
INTOLERÂNCIA, O PRECONCEITO, A PREPOTÊNCIA E A
BOÇALIDADE. FOI ASSIM QUANDO OS HOMENS DE GETÚLIO
VARGAS TOMARAM SÃO PAULO ANTES E DEPOIS DA
REVOLUÇÃO DE 1932. FOI ASSIM TODA VEZ QUE UM REGIME
DE FORÇA DE IMPÔS OU TENTOU SE IMPÔR!
NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE NOS DEFRONTAMOS COM A
EXIBIÇÃO DESPUDORADA DE ARROGÂNCIA E IGNORÂNCIA, COM O DESPREZO PELA HISTÓRIA E PELA CIÊNCIA E TODO
TIPO DE SABER QUE LEVA O SER HUMANO A REFLETIR.
NÃO É PRIMEIRA VEZ QUE ELES TENTAM NOS INTIMIDAR E
IMPINGIR SEUS MANDAMENTOS DE ÓDIO E SEUS CÓDIGOS
DE CONDUTA.
EM 64, RIMOS DA APREENSÃO DE A CAPITAL DE EÇA DE
QUEIROZ, RIDICULAMENTE CONFUNDIDA COM O CAPITAL
DE MARX. E DE O VERMELHO E O NEGRO DE STENDHAL IR
PARA A FOGUEIRA POR SER CONSIDERADA UMA OBRA
COMUNISTA. MAS NÃO ERA E NEM É PARA RIR. A REPRESSÃO
NUNCA TEVE MEDO DO RIDÍCULO. ELA TEM A SEU LADO A
FORÇA E UMA MASSA DE SEGUIDORES CEGOS E
ORGULHOSOS DE SEU OBSCURANTISMO.
QUANDO UM LIVRO É JOGADO À FOGUEIRA SOMOS NÓS QUE
QUEIMAMOS. QUANDO A MORDAÇA NOS É IMPOSTA, TODOS
NÓS SOMOS SILENCIADOS. NÃO NOS ILUDAMOS. O OLIMPO
NÃO É UM LUGAR SEGURO, NEM PARA OS DEUSES. O
REFÚGIO MAIS SEGURO SÃO OS PRINCÍPIOS PELOS QUAIS É
NECESSÁRIO LUTAR E OS DIREITOS FUNDAMENTAIS QUE
PRECISAMOS DEFENDER EM NOSSO NOME E DA
COLETIVIDADE DE QUE SOMOS PARTE. EM NOME DOS
NOSSOS FILHOS E NETOS E AS GERAÇÕES QUE VIRÃO DEPOIS
DELES.
“NENHUM HOMEM É UMA ILHA” POR MAIS QUE AME A
SOLIDÃO. SEMPRE GOSTEI DA EPÍGRAFE DE POR QUE OS
SINOS DOBRAM, DE ERNEST HEMINGWAY E AINDA FICO PENSANDO NAS SUAS VARIAÇÕES: A MORTE DE UM SER
HUMANO ME DIMINUI, BEM COMO SUA DESGRAÇA.
BENDITOS LIVROS QUE DESENVOLVERAM MINHA
CAPACIDADE DE EMPATIA E ENSINARAM A ME COLOCAR NO
LUGAR DO OUTRO. SÓ ASSIM É POSSÍVEL ESCREVER UMA
OBRA DE FICÇÃO OU UMA PEÇA DE TEATRO CAPAZ DE
EMOCIONAR O PÚBLICO LEITOR OUESPECTADOR.
HÁ VERSOS E FRASES DE PAULO BOMFIM QUE PASSAM DE
GERAÇÃO EM GERAÇÃO E CONTINUAM MAIS VIVAS QUE
NUNCA.
“POBRE DO HOMEM SE DEIXA ENVILECER POR PROMESSAS
DE ORDEM E FELICIDADE”
, DISSE O POETA. NINGUÉM MAIS
QUE ELE SABIA QUE A ORDEM PRECISA DO OXIGÊNIO DA
TOLERÂNCIA E DA LIBERDADE PARA EXISTIR.
“HÁ ÉPOCAS EM QUE NÃO OUSAMOS SONHAR, MAS A
INDIFERENÇA NÃO É UMA OPÇÃO”.
“INÚTIL FAZER PERGUNTAS. AS RESPOSTAS SOMOS NÓS!
NÃO SEJAMOS ALHEIOS! FAÇAMOS DE NÓS BANDEIRAS
INCONFORMADAS”, PROCLAMOU PAULO BOMFIM.
“O POETA É UM ARAUTO DO SONHO QUE TEM”. AMAR,
TRABALHAR E SE REVOLTAR SÃO FORMAS DE ORAÇÕES À
VIDA E A PALAVRA A ARMA MAIS CONTUNDENTE PARA
RESISTIR!
QUERIDO NALINI, QUERIDO NICO, QUERIDOS CONFRADES E
CONFREIRAS: OBRIGADA POR ACOLHEREM ESTA PORTUGUESA DO DISTRITO DO PORTO, PAULISTA DA
MOOCA, DO IPIRANGA, DE PINHEIROS E DA VILA OLÍMPIA,
QUANDO O BAIRRO AINDA ERA CHAMADO DE ITAIM-BIBI.
OBRIGADA POR RECEBEREM ESTA PAULISTA DA VILA
BEATRIZ, DO SUMAREZINHO, DA LAPA DEBAIXO E DO
CENTRO DA CIDADE, ONDE ALGUNS RECORTES DE BELEZA
AINDA SÃO VISÍVEIS. COMO O POETA, EU TAMBÉM
TRANSFIGURO O CENÁRIO MELANCÓLICO COM A MINHA
NOSTALGIA. E, COMO ELE, SUSPEITO QUE UMA PARTE DA
MINHA CONSCIÊNCIA GENÉTICA SEJA PAULISTA.
MINHA GRATIDÃO ETERNA A SÃO PAULO, CIDADE QUE ME
FORMOU, ONDE PLANTEI MINHAS RAÍZES, NASCERAM MEUS
FILHOS E NETOS, ONDE ME TORNEI ESCRIBA E FIZ TANTOS E
QUERIDOS AMIGOS!
MINHA ETERNA GRATIDÃO A PAULO BOMFIM!


MARIA ADELAIDE AMARAL



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