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DISCURSO DE POSSE
Acadêmico: Francisco Marins
"Imensa - Srs. Acadêmicos - a responsabilidade com que, neste dia, entre deslumbrado e comovido, sento-me a vosso lado, na cadeira tutelar de Teófilo Dias, engrandecida e glorificada por dois homens de que jamais o Brasil se esquecerá"

Discurso de posse em 25/03/1966

Poderia causar estranheza, ao ouvinte menos avisado, que na alocução proferida em homenagem ao eminente político Rodrigues Alves, por ocasião das festividades comemorativas de seu centenário, há quase duas décadas, Altino Arantes, ao reviver aquela vida afanosa, voltada inteira ao serviço da comunidade, também definisse, em sentenças que ainda hoje valem como programa, seu pensamento sobre as funções e os objetivos das Academias de Letras.

"A vida acadêmica", dizia ele (1), "tem como razão primordial o estudo e o aprimoramento da língua vernácula; mas não deve confinar-se no âmbito limitado dos devaneios e dos lavores das belas letras. Ao contrário: cumpre-lhe dar o realce e o fulgor da sua prestimosa contribuição aos feitos e às realizações dos que põem o seu engenho e o seu esforço ao serviço da Pátria".

"Por isso mesmo, jamais assistiria razão a quem ousasse sustentar que o espírito acadêmico deve viver alheio ou arredio aos assuntos que se relacionam com as vicissitudes e com os interesses da comunidade, uma vez que a Academia, como fator histórico-social que é, para afirmar-se, eficiente e prestigiosa, em meio aos valores existenciais ambientes, tem que aprofundar as suas raízes na terra e na gente donde lhe provêm a seiva, a força e a estabilidade".

Nas palavras citadas, mais que um roteiro de trabalho, traçou certamente o grande presidente Altino Arantes o seu próprio perfil acadêmico, para desespero, talvez, dos que lhe sucedessem na Cadeira n° 33 da Academia Paulista de Letras, numa espécie de previsão: seu substituto imediato iria fazer ressaltar, pelo contraste, a sua figura austera de homem de ação e letras, político fecundo em constante atividade e escritor de estilo escorreito.

A FIGURA AUSENTE

Uma página de vida se fecha no enevoado cinco de julho do ano findo. Abre-se o vácuo da ausência, pesada, sentida e angustiante. Começa a volver o tempo, inexorável, sobre aquilo que foi centelha, luz, calor, esperança, presença e larga esteira de realizações. Que ficará para os coevos e para os que virão depois, capaz de resistir, como interrogava a Ode horaciana, "ao amanhã que tudo debilita e corrompe, ao tempo demolidor que tudo leva" e realmente permanecerá não como pálida saudade de uma figura de sombra contra o requadro do passado, fugidia e indefinida, uma aura a perpassar de leve no dia mormacento, porém, com o porte apolíneo, hercúleo e olímpico, desafiador às análises, resistente às críticas, sereno face às interpretações que só a distância e a ausência das paixões podem permitir? E, se a tudo a personalidade resistir, e não só - como lembrou Tácito, às "lágrimas estéreis sobre cinzas inanimadas", - então contemplaremos - redivivo e triunfante - aquele que se poderia chamar de eleito, mais uma estrela a cintilar no firmamento, a marcar para sempre sua presença entre nós, pelo exemplo que nos legou e influência constante na formação espiritual das novas gerações.

E ao tentar, na tela minúscula deste despretensioso discurso, obediente e bitolado à letra protocolar dos Estatutos, retraçar a figura que o antecedeu, não pode o recipiendário ter presente as regras básicas de uma metodologia crítica. É que deverão alternar-se, no caso, aspectos de vida e obra, "dois extremos com que devemos entestar, num cotejo nem sempre redutível aos termos sintéticos"; pois, no caso presente, "seria impossível imaginá-lo senão em andamento no tempo, avultando ou decrescendo de importância, quase esquecido às vezes, para ressurgir mais tarde, transfigurado à imagem de outras gerações" (2).

Autor e obra caminham, pois, juntos, em conúbio fecundo. São os "Passos do meu Caminho", expressão feliz com que Altino Arantes titulou a coletânea robusta, dada a lume em 1958, enfeixadora de seus discursos mais importantes, escritos ao longo de atribulados anos, os quais marcam posições, reconstituem vidas, relembram feitos, exaltam a sua terra ou "advogam postulados do cristianismo". Peças por assim dizer vividas, "passos" com que o acadêmico, orador e homem público, cuja figura hoje vamos recordar, compôs a longa trajetória do "seu caminho. . . ".

O PATRONO

Antes porém de nos fixarmos nessa figura austera, na forma tradicional e como exercício de humildade, cumpre-nos traçar a magnífica história da Cadeira n° 33, ou seja, fazer o perfil literário, embora rápido, do patrono e, a seguir, de seu primeiro ocupante.

Em fins de 1876 chegava à Paulicéia, talvez fascinado pelo renome de sua Faculdade de Direito, reduto e forja gloriosa de tantos nomes ilustres, um rapaz vindo do Maranhão e descendente da velha árvore do grande cantor dos "Timbiras". Trazia debaixo do braço um volumezinho de primícias: "Flôres e Amôres".

Para Teófilo Dias não tinha sido fácil a luta até então. No Rio vagara, a compor versos, de uma "república" a outra, em dificuldades financeiras, e aqui, cuidava de ingressar no curso jurídico, aos 22 anos, idade em que a maioria já se formara. Mas, então, abrem-se-lhe à vida, a par das radiosas promessas de amor, as esperanças de uma assentada mais definida. Os olhos pestanudos e por certo grandes e românticos da filha de Martim Francisco o enfeitiçaram talvez numa das noites de serenata, da estudantada alegre. E, pondo um sentido prático às suas intenções casadoiras, muda-se para a casa do futuro sogro, enquanto nos jornais acadêmicos escreve artigos de caráter republicanista. A moda era desancar o Império e apontar as maravilhas do liberalismo. Participa daquilo que ficou conhecido como a "Batalha do Parnaso", movimento literário renovador formado por jovens poetas, que queriam passar uma esponja sobre a obra dos últimos românticos, acenando com diferentes formas e inspirações, principalmente no campo da poesia social.

Lança, então, as obras "Cantos Tropicais" e "Lira dos Vinte Anos" - mas o seu trabalho mais representativo seria publicado somente dois anos após seu casamento com a inspiradora de seus dias de estudante. "Fanfarras", na opinião de alguns críticos, marca caráter inovador e simboliza o início do parnasianismo entre nós. Para Silvio Romero, sempre apaixonado em suas opiniões, este poeta forma ao lado de Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Olavo Bilac, a "áurea quadriga de nossa poesia" (3).

Foi porém curta a vida do poeta, de quem por certo ainda muito se poderia esperar: doença do coração levou-o aos trinta e quatro anos. Mas, se Teófilo Dias é hoje "pouco mais que um nome", no dizer de Antônio Cândido, e "anda vasqueiro das antologias", sua lembrança ficou ligada à cadeira 33 desta Academia, como patrono a merecer relembrança dos que à sua sombra vêm assentar-se.

AMADEU AMARAL

Ao assumir sua cadeira acadêmica a 23 de setembro de 1930, Altino Arantes Marques, com a modéstia que sempre distinguiu a sua personalidade, considerava o acontecimento "inestimável prêmio" ao obscuro apreciador de boas leituras, que ao folheio delas, entretanto, só tinha podido consagrar os escassos e fugidios lazeres que lhe sobravam dos labores da vida e dos encargos da política. E, como nunca compusera versos, mas só era admirador das musas e dos poetas, sentia-se sem bastantes qualificativos para falar sobre a figura hierática e altaneira de Amadeu Amaral, o qual "não só fez poesia desde os mais tenros anos de sua juventude, mas viveu de poesia e na poesia de tal sorte que sentimento e esforço, ambição e glória foram, para ele, nem só motivos de arte, mas também, e principalmente, forma e substância da própria personalidade estética" (4).

E, naquela oportunidade, o vate de "Névoa", "Espumas" e "Lâmpada Antiga", fundador da Cadeira 33, teve sua obra poética revivida por um leitor culto e inteligente, a lhe tributar admiração e entusiasmo espontâneos, os quais permaneceriam na oratória posterior de Altino Arantes, ao longo dos anos, numa constante que já não seria protocolar. Despontam, no discurso de saudação proferido em Capivari (1949), ao ensejo de inauguração de sua herma, e em diversas citações oportunas, quando os versos que mais apreciava ou os que mais fundo lhe tocaram o sentimento passaram a fazer parte do seu florilégio.

E, na alocução proferida naquela cidade paulista, talvez à vista do mar-folho quase interminável do café, ou da paisagem verde-clara dos canaviais, quadros interioranos que tão fundo marcam as personalidades e muitas vezes sinalizam as vocações, familiares ao menino de Capivari e também ao de Batatais, ele sentiu não só pontos de identificações, mas também que, na figura complexa de Amadeu Amaral, vivia ainda, além do poeta, o cidadão, o jornalista a vibrar com as excitantes solicitações do cotidiano; o patriota atento aos problemas cruciantes do país e, principalmente, o estudioso e pesquisador que deixaria sua marca: nos domínios do folclore, coletando a contribuição espontânea, viva, colorida e pitoresca do povo e, na corrente da língua, dicionarizando a fala matuta.

CONTRIBUIÇÃO ORIGINAL

E, realmente, naquilo que se podia chamar de o interiorano Amadeu Amaral, talvez estivesse a contribuição mais autêntica e original para a nossa cultura, manifestada através daquela prosa de tão sugestivo cheiro de terra e de sabor provinciano, ao passo que como burilador do verso ele foi essencialmente um poeta universalista. Guilherme de Almeida, o nosso príncipe dos poetas, surpreendeu na poesia de Amadeu Amaral talvez o mais perfeito alexandrino da língua portuguesa, com "a prevalência da dinâmica verdade humana sobre as fatuidades da vida":

"Como há de a onda parar para que brilhe a espuma?" (5).

Não só com a experiência lexicográfica de "O Dialeto Caipira", mas também com o amplo levantamento - constante do volume "Tradições Populares", que Paulo Duarte pacientemente coletou, quis Amadeu enfeixar as manifestações populares sob forma do linguajar comum, de quadrinhas, anedotário, causos, contos e lendas. E seu esforço pioneiro por certo chamou a atenção de muitos escritores deste país, grande, complexo e diferenciado como um continente, porém com os olhos culturais grudados na Europa e na tradição greco-latina, com inteiro descaso para as nossas autênticas fontes de inspiração literária, a voltarem suas vistas pra mais perto e tentar ver o que, hoje, numa interpretação pessoal, nós poderíamos assim indicar:

O terreirinho da cozinha, cercado de guarantãs; o corgo rasinho ponteado de pinguelas escorrendo pro tanque de guarus; pilão, monjolo, canjica, farinha de milho - beijus, mingau de milho-verde, cambuquira, pamonha, curau; para a peneira de café "dependurada na cintura da mulher", e descobrir:


a beleza morena das roceirinhas faceiras - os amôres esquivos dos carreadores, nos arrasta-pés repicados de viola e chorados de sanfona - Santo Antônio - São João - São Pedro; reza com pipoca e quentão, mastro e pau-de-sebo; negro velho cachimbando; parelha de isqueiro, facão na cintura, espingarda pica-pau, vara de pesca... saúva cortadeira!

a contemplar os barrancos desbeiçados das boçorocas, a biquinha, as coivaras, as tigüeras, o chão gordo das meias-laranjas, rechãs e grotões;

vendola da estrada pro mata-bicho, sal e querosene; o curandeiro das mezinhas infalíveis e das benzeduras, a cruz da estrada enlaçada de festões de são-joão;

por que não descobrir a doce poesia da "casa pequenina com um coqueiro ao lado", perdida nas campanhas de macega e barba-de-bode, ponteadas pelo barba timão, cheirosas a araçás e guabirobas, floridas das jalapas, acordadas de quando em vez pelo vôo repentino das perdizes e codornas e pela fala das seriemas pernudas?

E não sentir a poesia do ranchinho à beira-chão, todo feito de buraco "onde a lua faz clarão", o romantismo das varandas e caramanchões dos velhos sobrados e casas solarengas, de cozinha ampla cheirando a virado atorresmado, a paçoca de pilão, pedindo à sobremesa: doce de cidra, abóbora, batata-doce, leite com farinha; criança de olho arregalado ouvindo causos do saci, do lobisomem, assombração e mula-sem-cabeça...

Tudo isso vida, alma e coração do povo - numa palavra, poranduba - capaz de fazer vibrar e enternecer os sentimentos dos nossos escritores, sob pena de não sintonizarem com a índole de sua gente. Há tradições outras que vieram do português, do índio ou do africano, que importa, mas para sempre enraizadas e incorporadas ao cerne de sua formação; expressões muitas vezes aparentemente deturpadas, mas que são permanências clássicas, como já foi verificado pelos estudiosos da gramática ou mesmo as de criação autêntica de sabedoria do menor esforço, que não vale desprezar, a pretexto de obediência à vernaculidade castiça. Complexo da mais alta importância para estabelecermos o vínculo entre o ontem e o amanhã e que seria hoje ciência, a atingir sistematização e métodos, esplendendo, magnífico, nos três alentados volumes, ricos de ensinamentos, repositórios de saudade e sabença, de Alceu Maynard Araújo, e que o conduziram a assento nesta Academia.

AMADEU E A LÍNGUA
Amadeu Amaral teve a preocupação de uma língua, brotando das raízes populares, consolidando-se na decorrência do tempo: "renovada com a renovação do povo: nova seiva, novos rebentos, nova folhagem, nova florescência".

Certa vez afirmou categórico: "Um povo, enquanto não forma a "sua" língua, aquela que lhe é peculiar, aquela em que é capaz de vazar a sua alma, que lateje do seu sangue, vibre das suas paixões, reluza todas as cores e todos os matizes do seu sentimento, ainda não tem personalidade completa, nem bastante consciência de si mesmo" (6).

Essa língua certamente

a “última flor do Lácio inculta e bela”; com “o trom e o silvo da procela

E O arrôlo da saudade e da ternura

... o viço agreste e... o aroma

De virgens selvas...

em que Camões chorou. . .”,



enriquecida pelo imenso caudal da contribuição crioula, seja aquela que proveio da corrente indígena, já enraizada na toponímia e nas vertentes africanas, tão salientes no "tempero" vocabular de nossa cozinha, seja ainda aquela que aos poucos vai crescendo com a contribuição da fala roceira, provinda do interior deste país imenso, que plantou a maior lavoura cafeeira do mundo; tem uma pitoresca vida campeira, ligada às formas características da pecuária e ao fluxo das tropas e boiadas... este povo que caminha para cem milhões de indivíduos, encontrou em Amadeu Amaral um pioneiro, dentro de um ciclo que fermentaria em contribuições genuínas como as de Valdomiro Silveira, Cornélio Pires, Monteiro Lobato e Mário de Andrade, entre outros, responsáveis e primeiros colaboradores, sem o saber, dos Dicionários Brasileiros de hoje, léxicos em que vicejam as expressões comuns da fala de milhões de patrícios, não mais aspeadas como brasileirismos, nem os seus modismos tachados como neológicos. Pelo contrário, os termos não usuais entre nós passam a ser lusitanismos, sem desapreço à língua-mãe, nem à gramática nem a veleidades dialetais, mas simplesmente objetivando enriquecer o vernáculo.

Eis o primeiro ocupante da Cadeira nº 33, quando da fundação da Academia, nos idos de 1909, e que vinte anos depois, como seu presidente, foi chamado de "segundo fundador", por sua dedicação ao silogeu, então em fase de franca decadência, no sentido de insuflar-lhe novo alento e de chamar para ele o interesse de escritores do nosso meio que, inexplicavelmente, não se mostravam empenhados em substituir nas cadeiras vacantes os "imortais" que a morte ia ceifando sem piedade.

Acompanhemos agora, mais de espaço, a vida de seu sucessor imediato.

O MENINO DE BATATAIS

Acontecimento marcante na vida do menino Altino Arantes Marques foi aquele de fins de outubro de 1886, quando sua pequena cidade natal se engalanou de coqueirinhos e bambus em arco, certamente também de bandeirolas de papel, de gente em fatiota nova, de chefes políticos agitados e coronéis a fumacear seus cigarrões e a passear olhares orgulhosos sobre a estaçãozinha onde já formavam alunos, mantidos em fila pelos olhares e beliscões dos mestres. . .

O pioneirismo do café abrira sertão na terra roxa e já desbordava de Ribeirão Preto em frente, caminhando, devorador, engolindo matas, pra domínio de el-rei. E, à medida que o paulista, com neobandeirismo no sangue, derrubava mato e coveava chão tentando se afazendar nos rincões da bugrada, ia puxando também, para amarrar-se ao progresso e consolidar a conquista, os fios de aço das estradas. Os trilhos da Mogiana chegavam, assim, a uma verdadeira nova gupiara, como os da Sorocabana se espichavam até a Serra de Botucatu e os da Paulista seguiam no rumo de Jaú.

Ia inaugurar-se solenemente a chegada do trem, acontecimento ímpar, em Batatais, com a presença de Suas Majestades Imperiais D. Pedro II e D. Teresa Cristina. As notas entusiásticas do Hino Nacional põem arrepio na gente ufana e estrugem aclamações dos escolares a SS. MM., que mal vencem ao beija-mão protocolar.

Foi nessa hora que, metido em seu "costume de veludinho azul-marinho, com calças curtas abotoadas aos joelhos, compridas meias brancas, sapatos de verniz, cabeção de renda e gravata escocesa", um menino de dez anos proferiu sua primeira soleníssima alocução, previamente decorada, sem dúvida, porém dita com entusiasmo.

Recebeu, certamente, tapinhas congratulatórios e outras demonstrações aprovativas. Realmente iniciava naquele dia uma carreira de político e orador das mais brilhantes em nosso meio. Quanto à política, iria marcar-lhe fundamente a vida e balizá-la por lances de luta vitoriosa. Deputado Federal, a principiar em 1906, em seis legislaturas, inclusive a Constituinte de 1946, e Secretário de Estado nos governos Albuquerque Lins e Rodrigues Alves.

PREPARATIVOS DA MOCIDADE

Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo, aos 19 anos, Altino Arantes regressa à cidade natal para tentar a advocacia. E ali convive, no bom ambiente regional, propício pela sua calma e aconchego e até de salutar emulação, entre outras figuras, que depois se tornariam tão prestantes à comunidade brasileira, com Azevedo Marques, Joaquim Celidônio, Renato Jardim e, especialmente, com o jovem que seria o varão de Plutarco - Washington Luís.

Nos ócios que lhes dão as bancas, os dois futuros presidentes paulistas exercitam-se na oratória a repetirem tiradas de mestre Rui, admiradores de sua exabundante força verbal e segura vernaculidade: reavivam a memória e enriquecem o vocabulário à citação de textos literários consagrados, afiam armas nas tertúlias provincianas... E, naqueles arroubos culturais e artísticos, invadem o campo da música na qual, então, Washington Luís pontifica, a cantar árias italianas com excelente voz de barítono, chegando mesmo, aquela respeitável figura, estereotipada em nossa mente com barbas e ar tão circunspecto, a obter sucesso nos serões familiares, interpretando "Il Trovatore" e o "Rigoletto", e, até, na festa do Bom Jesus da Cana Verde, padroeiro local, a cantar a "Ave Maria" de Gounod.

Eis o ambiente e a convivência dos verdes anos, em que se preparou para o saber jurídico, estudou literatura, aprimorou-se nos segredos da língua, releu os clássicos e sentiu os primeiros fascínios da política.

SALÃO LITERÁRIO

A preocupação cultural havia de persegui-lo, quando, já vivendo em São Paulo, passaria a freqüentar a Vila Kyrial, o palacete de Freitas Vale, a reviver na Paulicéia garoenta a tradição dos salões literários e a acolher com larguezas de vistas e fartura de mesa, "a par de artistas irreverentes, figuras austeras". "E, ali, os extremos se tocavam: espíritos das mais diversas orientações se entendiam às maravilhas em noitadas inesquecíveis" (7).

ACONTECIMENTOS MARCANTES

Presidente do Estado aos 39 anos, para o período 1916 a 1920, sua Plataforma Política e realizações efetivas na governança paulista ainda valem hoje, em linhas mestras, para roteiro de qualquer governo, embora acontecimentos importantes abalassem naquela época a estrutura de nosso Estado, sem, no entanto vergar o cerne do possante jequitibá: a 1ª Grande Guerra, a avalanche cafeeira numa das superproduções cíclicas de nossa lavoura básica, a abarrotar armazéns e aviltar preços, a grande geada de 1918; ondas de gafanhotos a dizimar as colheitas e, por último, a gripe espanhola, de triste recordação. Por outro lado, tanto no panorama geral do País como no do nosso Estado, os "sinais dos tempos" permitem classificar aquele período como de verdadeira mudança de direção do pensamento nacional, com repercussões que vêm até os nossos dias, em vários setores da vida político-social, mas, principalmente, nos domínios da literatura. Como ilustração destacaremos o advento da Revista do Brasil - destacadamente nacionalista nas letras, que iniciou desde logo a publicação do "Dialeto Caipira", de Amadeu Amaral, inaugurando, também, aquilo que seria uma das preocupações do Modernismo de 1922, ou seja, a de incorporar a fala comum ao patrimônio literário, diminuindo o abismo entre linguagem escrita e falada (8); a promulgação do Código Civil, a ensejar uma nova idade social, e as primeiras tentativas para um movimento editorial, visando a lançar aqui mesmo e dar-lhes divulgação adequada, as obras de nossos escritores - cujos originais muita vez precisavam cruzar o oceano, esforço que esplendeu em copiosa floração livreira, no ano 1920. Também no campo da literatura infanto-juvenil o período é pioneiro com o desenvolvimento da série denominada "Biblioteca Infantil", inicialmente sob Arnaldo de Oliveira Barreto e, mais tarde, até seu centésimo volume, com a segura direção de Lourenço Filho; o surgimento dos primeiros autênticos livros brasileiros no gênero: "Saudades", de Tales de Andrade, escrito em 1917 (9), "A Filha da Floresta", em 1918, aos quais se seguiu o inesquecível "Narizinho Arrebitado", de Lobato, em 1921.

O POLÍTICO E O INTELECTUAL

De uma linhagem de políticos que vai se tornando rara entre nós, como salientou Antônio Gontijo de Carvalho, porque cultor das boas humanidades e devotado às coisas do espírito, jamais perdeu o contacto delas, mesmo no agitado de seu mandato governamental. Dizem que sua prosa, sempre agradável e instrutiva, mesclava-se de citações de trechos dos autores em evidência e, servido de excelente memória, que não se lhe apagou, até os últimos dias, costumava, por vezes, mesmo em reuniões do palácio, com reais dotes declamatórios, dizer versos e até poesias inteiras de nossos principais vates. De certa feita, Vicente de Carvalho, ao ouvi-lo recitar uma de suas produções, admirou-se: nunca a pressentira tão bela!

Este traço de seu espírito transparece, amiúde, no "Diário", ainda inédito, redigido de próprio punho durante os quatro anos de seu governo. Confiado às mãos de seu filho Paulo Arantes, talvez venha um dia a lume, pelo menos em parte, como aconteceu com as "Memórias" do Visconde de Taunay, para pôr à evidência acontecimentos, lembranças, perfis ou, mesmo, segredos e revelações, indispensáveis ao conhecimento mais aprofundado daquele interessante período.

OS PERCALÇOS

A revolução de 30 o encontra em plena atividade na Câmara Federal e, ao botar por terra a República Velha, condena ao ostracismo o "epígono da grande tradição dos verdadeiros republicanos presidencialistas do Brasil", "varões austeros em que, no dizer de Afonso Arinos de Melo Franco, a posteridade pacificada e sem paixões pode colher massa de serviço bem maior que a conta dos anos" (10).

A arrancada de brio e coragem de 32 faz estremecer a gente e o território paulista e, ao término, os pretensos vitoriosos levam-no a provar as agruras do exílio. Mas, em 1946, estava de volta ao Parlamento, como único deputado do Partido Republicano Paulista, - em cujas fileiras fora, desde soldado fiel, a comandante supremo nos dias de glória, - "a conseguir se eleger, apesar de não ter com entusiasmo se lançado à disputa eleitoral". "Foi, talvez, a última homenagem a lhe ser concedida pelo eleitorado livre da velha agremiação, que tantos serviços prestou à coletividade brasileira" (11).

AS OBRAS PUBLICADAS

Altino Arantes deixou de sua longa trajetória, iniciada naquele discurso dos dez anos, até o apagar de sua vida aos 88 anos, dois volumes que englobam o principal de sua oratória. O primeiro denomina-se "Disse...", publicado em 1923, por instâncias de amigos, sob auspícios do Centro Acadêmico Onze de Agosto. Segundo testemunho de Carlos de Campos, que ouviu a mor parte daquelas alocuções, elas causaram, na época, agrado franco e irrestrito, tendo granjeado foros tribunícios a seu autor (12). Abre-se o volume, que traz a marca cuidada da nascente indústria gráfico-editorial brasileira, com a lapidar divisa ciceroniana: "Pro aris et focis"..., a qual haveria de ser, em grande parte, legenda do próprio acadêmico, no decurso de sua afanosa carreira "pelo Altar e pelo Lar", repetida no segundo volume de seus trabalhos e comentada em discurso especial sobre o grande tribuno romano, referto de idéias e citações dos clássicos, a indicar sua familiaridade com os autores latinos.

São inseparáveis de sua oratória, entretanto, os momentos culminantes da política, à qual deu o melhor de sua vida, e as figuras exponenciais dela. Ele próprio, em muitos pontos encarnou momentos decisivos do panorama nacional, debateu idéias conflitantes e analisou atitudes e o passado dos nossos políticos militantes. De seus discursos dessa fase, construtivos sempre, porém impetuosos como as ondas do alto mar, caberia aquilo de Tomás Lodge no prefácio da novela que serviu de fonte inspiradora para uma comédia de Shakespeare: "Todas estas linhas estão molhadas das ondas do mar e não há paixão nelas descrita a que se não possa contrapor uma tempestade".

Mas nesse mar de paixões, em que as ondas se empinavam, o orador se conservava sempre sereno, como timoneiro seguro na rota pré-traçada.

Assim, também, a política, os percalços e as figuras delas, encharcam e transbordam de quase todas as alocuções. Basta uma análise destes volumes: no primeiro cumpre destacar as peças: "Legação do Brasil Junto à Santa Sé" e "Expulsão de Estrangeiros", de ampla repercussão, ao tempo, pelos temas em debate, e "Profissão de Fé", página de saudades da adolescência passada em Itu e reafirmação de sua fé católica, nunca desmentida ao longo dos anos, pelo contrário reafirmada em inúmeros "passos", de modo a que os temas e personalidades da religião "pro aris" muitas vezes emparelham, nas preocupações da oratória arantina, àqueles da atribulada carreira política. A simples enumeração dos temas-mãe do alentado volume de mais de seiscentas páginas, denominado "Passos do Meu Caminho", dá-nos uma idéia neste sentido: "literários", "biográficos", "reminiscências", "religião-educação", "políticos", separações meramente formais, pois no fundo a mor parte da obra floresce e alimenta-se da seiva viva daqueles ideais que foram as razões do seu viver.

Nesta obra publicada, avulta ainda, como medida de suas preocupações culturais, a excelente conferência proferida em Ribeirão Preto e denominada "Elogio do Livro", não fora ele padrinho, conterrâneo e constante incentivador de José Olympio, editor por excelência de literatura brasileira, conferência na qual se reafirma um Altino Arantes conviva familiar da grande biblioteca dos clássicos, freqüentador dos bons livros, citador de páginas antológicas a encontrar na leitura refúgio e alegria para as horas vazias ou tormentosas. E, valendo-se de Cícero e Sêneca, reafirma: "As letras são o alimento da mocidade e o conforto da velhice; elas dão lustre à prosperidade; oferecem refúgio e consolação aos infortúnios; distraem portas adentro e não aborrecem fora delas; à noite velam conosco; acompanham nos afazeres, nos campos e nas viagens". "O lazer sem as letras é sepultura de um homem vivo... Refugia-te nas letras e de ti refugirão todas as tristezas...". São conselhos oportunos, principalmente aos moços que bateram este ano às portas de nossas Escolas Superiores e se mostraram, pelo número de reprovações em literatura, jejunos em leituras.

A TERRA E A GENTE PORTUGUÊSA
Avultam, ainda, nesta obra, as páginas de memórias e de sentida e exaltada saudade do velho Portugal, cujos recantos históricos e tradições tão caras e significativas para a nossa formação calaram fundo no exilado e permanente estudioso das raízes brasileiras, que sentiu e soube dizer:

"O Brasil foi, é e será sempre o filho agradecido e o amigo melhor de Portugal. Porque em Portugal ele ama e venera o almo tronco avito que lhe foi raiz e seiva, flor e fruto. Porque em Portugal ele bendiz a gleba e o povo de cujo seio saíram, primeiro, o marujo audaz que lhe aportou às plagas e o explorador intrépido que lhe perlustrou os sertões, desbravou as selvas, vadeou os rios e galgou as cordilheiras. E o bandeirante indômito que lhe alargou as fronteiras e assegurou a integridade geográfica. E o missionário abnegado que lhe pôs nas mãos ignaras e rudes o Evangelho e a Cartilha. E o irmão amorável, companheiro de todos os trabalhos e de todas as lutas, que na convivência de todas as horas e na compartilha da boa e da má fortuna - lhe foi instilando, sílaba a sílaba, na inteligência e no coração, qual fora o anélito de seu próprio sangue, esse harmonioso idioma camoniano, que é o órgão maleável e perfeito de seu pensamento e de sua palavra, voz eternamente uníssona de nosso Portugal e do vosso Brasil" (13).

VISITANTES ILUSTRES

Sob a aura protetora de Rio Branco, sempre a bafejar as letras com sua inegável influência - alguns vultos exponenciais da cultura estrangeira visitaram o Brasil em princípios do século. Verdade que, nem sempre visitantes ilustres (o mal é antigo), ou porque deles muito esperavam os brasileiros ou porque aqueles apressavam generalizações, antes de compreenderem o país, acabaram por descontentar a todo mundo. Foi o caso, na época, do historiador Ferrero e sua esposa Gina Lombroso, do criminalista Enrico Ferri, de certa forma Anatole France, e de duas personalidades com as quais Altino teria contacto naqueles dias: o estadista Clemenceau e o poeta Rubén Darío.

O primeiro acendeu no país a chama da intolerância religiosa. Sociedades clericais o profligaram, ferinas e irônicas: "Não concordamos de forma alguma com essa enfiada de ateus que uns ,após outros vêm fazer a América - e trazer aos selvagens brasileiros a alta civilização européia, levar o dinheiro com que os mimoseamos e rirem-se lá do Brasil, pagando a generosidade nos livros que depois escrevem com mentiras que nos desacreditam" (14).

Havia o ressaibo de experiências concretas anteriores!

A voz de Altino Arantes, líder católico, elevou-se para discordar dos processos violentos de Clemenceau, mas, por outro lado, para ver na figura do estadista aspectos positivos. Não concordava com a interpretação intolerante que se procurava dar aos traços do seu pensamento e ao sentido de sua permanência entre nós.

A visita de Rubén Darío teria aspectos deploráveis e de ridícula comicidade, mercê das libações alcoólicas, a relembrar recente visita de Faulkner, pois o poeta em toda parte a que ia, carregado pelas autoridades e escritores, só sabia dizer que estava com sede. E, quando, a convite de Altino Arantes, Secretário do Interior, foi a uma festa no Butantã, ao tentar pronunciar um discurso: "a língua travou-se em golfadas aziumadas" e "mal seguro nas pernas, tombou por sobre a mesa dos doces, mutilando copos e pratos, conspurcando-se todo" (15).

REALIZAÇÕES NO CAMPO ESCOLAR

Altino Arantes, vida marcada pela vivência cultural, preocupa-se com a elevação do nível educacional do povo brasileiro - através da pedra basilar da instrução pública primária, problema desafiador dos mais operosos governos paulistas. Desde sua mensagem de 1916 ao Congresso, propondo idéias revolucionárias, mas práticas, para uma tentativa de alargar a alfabetização e fixar, por meio da escola, o homem à terra, até seus esforços para disciplinar e expandir o ensino normal, vê-se sua compreensão para com a importância do professor no futuro de um país enraizado na mono cultura e que precisava alargar as vistas para outros cultivos, senão também para a indústria e o comércio.

Foi no seu governo que se inauguraram os edifícios das grandes escolas normais de São Carlos, Piracicaba e Botucatu - esta última em 24 de maio de 1916, porém já criada desde 1911. Redutos e luzeiros, desde então, de importantes investidas contra o analfabetismo, espalharam mestres por todo o território, numa obra de novo bandeirismo cultural, no ensino, contribuindo certamente para a radicação do homem, problema que seria crucial nas décadas seguintes.

A Escola de Botucatu

"Meiga escola: na grande Via Láctea

Foco imenso de vida e razão" (16)

exerceu salutar influência em larga franja do centro oeste de nosso Estado e continua até hoje, mais de cinqüenta anos volvidos, sua tradição de preparar alunos, desde as primeiras letras - ao curso médio - até à tarefa de missionar professores por inúmeros rincões do país. Alunos que vinham das sitiocas, vilarejos e distritos e até das maiores cidades distantes, ali podiam dessedentar-se.

Foi naquela escola, inaugurada por Altino Arantes, que um dia um menino como tantos outros, vindo da roça, de uma "Taquara-Póca" qualquer, com seu chapéu abudo e suas botinas de elástico - foi fazer o quarto ano primário gratuito e, depois, todo o secundário de cinco anos, assumindo, a partir daí, irreparável dívida - sem o saber - para com o eminente paulista, a quem desta data em diante tentará substituir, no maior instituto das letras de São Paulo.

A esta altura, permitam-nos, Srs. Acadêmicos, uma palavra de saudade: após a nossa eleição, vagou-se a cadeira aqui ocupada pelo poeta Aristêo Seixas, figura marcante e combativa de líder nato, mas de largo conteúdo humano, que se identificou por inúmeros anos com a presidência e os destinos desta casa; por isso, com respeito e admiração, evocamos sua memória inesquecível.

Imensa - Srs. Acadêmicos - a responsabilidade com que, neste dia, entre deslumbrado e comovido, sento-me a vosso lado, na cadeira tutelar de Teófilo Dias, engrandecida e glorificada por dois homens de que jamais o Brasil se esquecerá: Amadeu Amaral, o simples, o bom, o "Santo Amadeu", como lhe chamaram, eleito das musas, apóstolo da imprensa, todo bondade e coração, a viver para os seus, a lutar por ideais nobres, do cantinho familiar transformado em trincheira e no seu mundo, sem ferir ninguém, tentando por vezes até se eclipsar, ele que era um arrebol de madrugada. Admirava o grande paulista Altino Arantes e sempre lhe exaltava as virtudes; mas, dizem, quando este se alçou à curul governamental, ao passar costumeiramente pela frente de sua casa, Amadeu, tímido, evitava-lhe o encontro, temeroso de que alguém o imaginasse a bajular a primeira autoridade do Estado... (17); engrandecida e glorificada, também, dizia, por Altino Arantes, homem modesto, porém dos grandes destinos, pois não conseguiu ser vereador em sua cidade natal, mas um dia recusou seu nome como candidato à presidência do país (18), coerente, sem jamais querer passar à frente de ninguém, digno, manso e compreensivo, guindado por méritos, trabalho e inteligência que jamais perdeu o viço, aos mais altos encargos, e à fama, para poder repetir:

"Eu desta glória só fico contente

Que minha terra amei e minha gente. . . "

Em sua última alocução de público, rememorava, com altaneria, rosto vincado pelas rugas de árduas lutas, mas com a voz segura do dever cumprido, as palavras do Profeta Simeão, no átrio do templo de Jerusalém: "Agora, Senhor, já podeis levar o vosso servo, porque completa está a sua carreira" (19).

A estes dois homens símbolos, emoldurados na tela da saudade, para se constituírem em permanente exemplo e acalentador estímulo, ambos ex-presidentes do Silogeu, vê o recipiendário desta noite juntar-se e, aproximando-se, estender-lhe a mão amiga o mestre que o encorajou e apontou-lhe, nos seus primeiros passos inseguros pela literatura infanto-juvenil, o caminho certo a percorrer: Lourenço Filho.

Mais não poderia aspirar, porque excedeu de muito tudo quanto pudesse ter ambicionado como escritor: vir ocupar na Academia Paulista de Letras, para privar do convívio, aprender e realmente trabalhar ao vosso lado, uma cadeira de tão elevadas tradições e ser saudado por Lourenço Filho.

Não pode o recipiendário, tocado pela extrema generosidade do gesto, sentir nele recompensa à obra ainda mal principiada, senão o magnânimo estímulo ao esforço despendido e o desejo de vê-la aprimorar-se e afinal realizar-se. Premiam, assim, aquilo que está na sentença de Lessing, não o fruto maduro, mas o que se prenuncia na viridência da floração. E, nisto, dão ao modesto escritor que se assenta à sombra daqueles vultos imortais, e agradecido à vossa companhia estimuladora, um imenso crédito, ao qual procurará, na medida de suas fracas forças, robustecidas em grandes esperanças, corresponder, se Deus quiser!

Notas:


(1) Altino Arantes: "Rodrigues Alves no depoimento de um seu Secretário".

(2) Augusto Meyer: "À Sombra da EstaIlte".

(3) Antônio Cândido: "Introdução às Poesias Escolhidas de Teófilo Dias".

(4) Altino Arantes: "Posse na Academia Paulista de Letras".

(5) Guilherme de Almeida: "Crônica de São paulo" e "Ex-Libris".

(6) Ruth Guimarães: "Retrato do Critico e do Lingüista".

(7) Brito Broca: "A Vida Literária no Brasil - 1900".

(8) Wilson Martins: "O Modernismo".

(9) "Escrevendo". Bibliografia e Carta do Autor.

(10) Afonso Arinos de Meio Franco: "A Escalada".

(11) Antônio Gontijo de Carvalho: "Altino Arantes, o Parlamentar",

(12) Prefácio ao rolume "Disse...".

(13) Altino Arantes: "Bons Portugueses".

.(14) Brito Broca: "A Vida Literária no Brasil - 1900".

(15) Renê Thiollier; "O Homem da Galeria".

(16) Alulzio Azevedo Marques: "Hino da Escola Normal de Botucatu" - Música de Alfredo Franklln de Matos.

(17) :T. Dorian Freire: "Amadeu Amaral na Intimidade" (depoimento de sua filha Maria de Lourdes Amaral).

(18) :T. Machado Tambelini: "Altino Arantes".

(19) AlUno Arantes: "Como Presidi Silo Paulo".



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