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SEGUROS - O CENÁRIO É OTIMISTA
Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
Prognósticos indicam uma mudança parcial do cenário, com o aumento da participação da classe C; também teremos com certeza a reintrodução do seguro obrigatório de acidentes de trânsito, seguros para as catástrofes climáticas e outros

Seguros - o cenário é otimista

O CONEC, o Congresso Estadual dos Corretores de Seguros de São Paulo, aconteceu entre quinta-feira e sábado da semana passada. Com uma programação intensa e abrangente, o congresso foi palco de discussões sobre os mais variados temas que afetam o setor de seguros brasileiro. Mas o que vale mesmo é a conclusão: o setor vive um momento de ebulição normativa e criativa, com resultados positivos e a certeza de um futuro otimista.

Vale dizer, as metas do PDMS (Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros) são factíveis e elas farão o setor quase dobrar de tamanho, até 2030. Atualmente o seu faturamento é responsável por pouco mais de 6 do PIB. A projeção é que em 2030 este patamar tenha subido para 10. Todavia, mais importante do que o faturamento é quanto a atividade deverá pagar, através de seus diferentes produtos. Este número é impressionante: os pagamentos do mercado segurador em 2030 deverão representar algo próximo de 6 do PIB. Ou seja, em 4 anos e meio as indenizações, pecúlios, sorteios e benefícios pagos pelos seus diferentes produtos corresponderão ao faturamento atual.

Atingindo estes números a atividade seguradora nacional estará no mesmo nível do setor de seguros nos países mais desenvolvidos, ou seja, a sociedade brasileira terá uma proteção mais adequada às suas necessidades.

Hoje, o maior problema do mercado segurador é a baixa capilaridade. O seguro não tem penetração consistente, principalmente, nas camadas mais pobres da sociedade. O desenho do seguro brasileiro foca a classe média e as empresas médias e pequenas, em sua maioria de propriedade de integrantes da classe média.

Até 2030 os prognósticos indicam uma mudança parcial do cenário, com o aumento da participação da classe C no mix de produtos oferecidos. Além disso, teremos com certeza a reintrodução do seguro obrigatório de acidentes de trânsito, seguros para as catástrofes climáticas, seguros de pessoas com desenhos mais modernos, seguros patrimoniais mais abrangentes, mais seguros para o agronegócio e seguros sociais de diferentes naturezas.

De outro lado, os produtos tradicionais deverão ter um impulso importante, decorrente do aumento da concorrência pela chegada de players capazes de oferecer outras formas de proteção contra riscos, como novas seguradoras, cooperativas de seguros e associações de proteção patrimonial mutualista.

Com relação as duas últimas, como o foco não é igual ao das seguradoras, é provável que mais do que a concorrência direta entre elas, vejamos a expansão do universo segurável, com mais produtos para um público maior. Além dos novos produtos, os canais de distribuição sofrerão alterações que ampliarão seu foco e a capacidade de penetração na sociedade. O aumento de escala deverá gerar a redução dos custos comerciais, barateando os produtos e criando um círculo virtuoso que se autoalimentará constantemente.

Nos últimos anos o mercado segurador tem crescido em percentuais maiores que a economia brasileira. A se tomar os números e tendências expostos no CONEC, este crescimento, no futuro próximo, deverá não só se manter, mas se expandir e se consolidar.

Publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 29 09 2025




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