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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
Casa do Seguro na COP 30 destaca papel do setor de seguros na adaptação às mudanças climáticas
A Casa do Seguro na COP 30
A COP 30 está aí. Ninguém sabe exatamente o que vai rolar em Belém, mas com certeza ela acontecerá e não será o fracasso retumbante que muita gente imagina. De acordo com pessoas próximas do tema, a conferência não terá a participação que se viu na COP 29, em Baku, mas devem participar praticamente todos os países, inclusive os mais pobres, que, com toda a razão, estão indignados com os preços pedidos para a acomodação de suas delegações durante o evento.
De acordo com essas mesmas fontes, espera-se um público ao redor de 30 mil participantes, que é bem menor do que o visto no Azerbaijão, mas é razoável para uma cidade do porte e com as condições oferecidas por Belém.
Mais grave do que a questão do tamanho das delegações oficiais e da quantidade dos demais participantes é o fato dos Estados Unidos, os maiores poluidores do planeta, não participarem do evento. Muito provavelmente não virão e se vierem não será para prestigiar e apoiar as principais votações. Com o desinteresse norte-americano, a China, segundo maior poluidor do planeta, não assumirá nenhuma posição de protagonismo, limitando-se a participar, mas sem a força que poderia exercer. É muito mais conveniente para ela ficar quieta e esperar para ver o que os Estados Unidos irão fazer.
Não há dúvida, as votações acontecerão. Só que não terão a força que documentos com as assinaturas norte-americanas e chinesas teriam. Vale salientar que esta será uma COP diferente das anteriores. Até agora as conferências visaram definir o que deveria ser feito, esta COP, como coloca muito apropriadamente Dyogo Oliveira, presidente da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), é a primeira em que as decisões serão no sentido da adoção de ações concretas, os problemas já estão aí e necessitam soluções.
No mundo todo as seguradoras estão na linha de frente entre os que estão estudando e enfrentando as mudanças climáticas. No Brasil não é diferente. Por isso, a CNseg está montando a “Casa do Seguro”, em Belém. Será um grande espaço com capacidade para interações relevantes, onde devem acontecer eventos de várias naturezas, todos focados na identificação e solução dos gravíssimos problemas gerados pelo aumento impressionante da frequência e violência das alterações climáticas em todas as partes do planeta.
A “Casa do Seguro” é a base para a realização de uma série de ações, inclusive em conjunto com outros players, para desenvolver alternativas viáveis para adaptar a vida ao novo cenário e tentar conter a elevação da temperatura, que já está 1,5 graus mais quente.
A COP 30 acontecerá em novembro. Seus desafios são enormes, começando pelo não comprometimento dos responsáveis por 50 das emissões dos gases do efeito estufa, passando pela necessidade real de valores na casa do trilhão de dólares, e terminar num consenso difícil de ser alcançado. Entre as várias incertezas, o mercado segurador entrar de cabeça nessa briga é com certeza um alento.
Publicado no SindsegSP em 26 09 2025
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