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O MERCADO EM MOVIMENTO
Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
Em poucos anos o setor de seguros terá outra cara. Além disso, em 2030 o mercado tem tudo para ter uma participação de pelo menos 10 do PIB.

O mercado em movimento

O mercado de seguros segue em movimento acelerado. Não é um único movimento, mas uma série deles, cada um com um desenho e uma consequência. Neste momento as duas grandes vedetes são o “Marco Legal do Seguro”, a nova lei dos contratos de seguros, e a “Lei das Cooperativas e Associações de Proteção Patrimonial”, respectivamente lei 15.40/24 e lei complementar 213/24, mas há mais.
Silenciosamente, uma série de ações vai abrindo espaço para novas seguradoras, produtos e tecnologias.

As seguradoras tradicionais ainda são as maiores e as mais numerosas. E estão longe de perderem sua capacidade de penetração no mercado. Mas isso não significa que outras companhias criadas com desenhos diferentes delas não estejam conseguindo avançar e colocar seus produtos.

Quando se fala em novas companhias, os mais conectados irão pensar no “sandbox” criado pela SUSEP alguns anos atrás, com a finalidade de proteger novas inciativas do setor, permitindo que companhias com desenho operacional mais tecnológico conseguissem acessar o mercado, sem sofrerem eventual concorrência predatória das seguradoras já instaladas. Não se pode dizer que a ação tenha sido um sucesso, mas, ao mesmo tempo que o “sandbox” abria suas portas para empresas desenhadas para operarem nele, outras companhias foram sendo criadas e com mais ou menos sucesso, se estabelecendo e tocando em frente.

A maioria delas tem viés operacional baseado na tecnologia da informação e nos seus últimos avanços, com amplo uso da inteligência artificial. Seus produtos não destoam do que é feito tradicionalmente, mas a forma da operação tem um desenho que, em princípio, deveria ser mais barato e mais leve, dando a elas a possibilidade de interagirem de forma mais conectada com os segurados.

Ainda é cedo para uma análise consistente sobre o sucesso ou não destas empresas, mas com certeza várias delas irão dar certo e se estabelecerem definitivamente. E seus produtos também deverão se consolidar, ampliando o leque de alternativas para os segurados.

Alternativamente, algumas empresas do setor financeiro se transformaram em grandes canais de distribuição de produtos de seguros, atuando em todas as linhas, em parcerias com seguradoras que lhes disponibilizam seus produtos.

No campo das ferramentas operacionais, a inteligência artificial faz parte do dia a dia do setor e sua presença deve se acentuar com mais rapidez e intensidade na medida que a inteligência artificial generativa vai se desenvolvendo, quebrando barreiras e desenvolvendo soluções inéditas e inimagináveis até pouco tempo. Sua utilização ainda está no começo, mas já mostra que será uma revolução com capacidade de interferir nos canais de distribuição, através de uma aproximação mais amigável com o segurado, colocando em xeque o que é feito hoje. Também deve ter impacto nas relações entre seguradoras e resseguradores, possivelmente alterando as relações atuais e barateando o preço do seguro e valorizando o segurado.

Finalmente, as cooperativas e associações de proteção patrimonial devem chegar com força - já tem mais de 170 associações pedindo registro - e isso é um dado positivo. Com elas deve aumentar a concorrência e quem ganha é o segurado.

Não é possível dizer como e quando estes avanços impactarão o mercado, mas com certeza, em poucos anos o setor de seguros terá outra cara. Além disso, em 2030 o mercado tem tudo para ter uma participação de pelo menos 10 do PIB.

Publicado no SindsegSP, em 13 06 2025




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