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![]() Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça A escolha de Belém causou impacto pela carga emocional envolvida, já que pela primeira vez na história a reunião aconteceria em plena Floresta Amazônica, um dos pulmões verdes do planeta.
Pode dar xabú? A COP30 é o grande momento para o Brasil mostrar ao mundo sua capacidade de liderança na agenda ambiental. Prevista para acontecer em Belém do Pará, a reunião das delegações internacionais, pela primeira vez na região amazônica, carrega um simbolismo importante para credenciar o país a ocupar lugar de destaque na condução das discussões e ações destinadas a enfrentar a emergência climática que assola o planeta. Afinal, desde 1992, na Conferência sobre o Clima, no Rio de Janeiro, o país sempre teve posição de destaque nas discussões sobre o tema, assim, nada mais justo e lógico do que manter sua posição como um dos grandes protagonistas no combate ao aquecimento global. Lançada de improviso por Lula, então ainda presidente eleito do Brasil, na COP27, no Cairo em 2022, a escolha de Belém causou impacto pela carga emocional envolvida, já que pela primeira vez na história a reunião aconteceria em plena Floresta Amazônica, um dos pulmões verdes do planeta. Desde o começo, ninguém teve dúvida que os desafios a frente seriam difíceis de serem enfrentados. Afinal, Belém, Capital do Estado do Pará, é uma cidade de porte médio, com infraestrutura deficiente nos mais variados campos, entre eles o turismo. O primeiro grande nó a ser desatado era providenciar alojamento descente para as cinquenta mil pessoas esperadas para a COP30. A rede hoteleira não tinha – e segue sem ter - essa quantidade de leitos e muito menos condições de conforto para receber esse público. Para complicar, o espaço de tempo era exíguo para a construção de novos hotéis, além disso, a pergunta que nunca se calou se impôs: “e depois da COP30, o que acontece com a nova rede hoteleira que terá capacidade muito maior do que a demanda normal?” As alternativas começaram a ser estudadas e projetos como a utilização de navios ancorados perto da cidade foram colocados na mesa, como forma de resolver o problema. Também se levantou a possibilidade de alojar parte do pessoal nas cidades vizinhas, através da locação de casas de família. O tempo passou, a COP30 está a poucos meses de acontecer e o problema não foi resolvido. Ao contrário, se agravou em função dos preços exorbitantes pretendidos pela rede hoteleira e pelos proprietários de casas disponíveis para locação. Além disso, a utilização dos navios também se mostrou bem mais complexa do que simplesmente atracar a embarcação perto de Belém. Em função da época do ano e do ritmo dos rios amazônicos, pode ser que as embarcações tenham que atracar a mais de 20 quilômetros da cidade. Como será feito o transporte de quem estiver hospedado num deles? Existe um número suficiente de embarcações menores para fazer a ligação regular entre o navio e a cidade? Existe ao menos infraestrutura para isso? São questões que estão preocupando os organizadores e de certa forma os brasileiros em geral. Inclusive o setor de seguros que tem interesse direto nas discussões que devem acontecer. Todos querem ver a COP30 ser um sucesso. Há tempo para se adotarem algumas soluções para minimizar o problema. Entre elas, usar São Paulo e Rio de Janeiro como pontos de apoio para Belém. Mas, principalmente e antes de tudo, é importante convencer a turma da região que não dá para cobrar o preço de venda do imóvel por uma semana de locação. Publicado no SindsegSP, em 06 06 2025 ![]() ![]() |
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