|
||||
![]() | ||||
![]() Acadêmico: Gabriel Chalita A imagem dos dois papas. Da simplicidade do olhar de Leão à simplicidade de onde escolheu Francisco deixar o seu corpo permanecer. Porque somos mais do que corpos. Somos sopros de amor para o amar.
Uma imagem de amor Leão, o papa, foi à Igreja de Santa Maria Maior visitar Francisco, o papa que já vive a eternidade. Francisco, o santo de Assis, tinha como companheiro de jornada o irmão Leão. Francisco, o santo que hoje ilumina a humanidade, também teve seus dissabores. Na própria ordem que fundou. Alguns o acharam dispensável, queriam um outro rumo. Rumo errado é aquele que dispensa irmãos seus. Leão, o papa, não dispensou a visita ao túmulo. Ali estavam dois papas. Ali estavam dois amigos. A imagem mostra o respeito de um papa a outro. E, também, a saudade de um amigo a um amigo que já não sorri mais, o sorriso que explicou tanta bondade ao mundo. Francisco, o papa, viu em Leão, agora papa, antes de chamar Leão, qualidades que o fizeram fazer dele bispo e cardeal. Que o fizeram trazê-lo para perto, para estarem juntos no Vaticano cuidando do amor no mundo. As primeiras palavras do papa Leão XIV foram “Deus ama a todos”. Foi o que Francisco, o santo, viveu em toda a sua vida. E, também, seu amigo, o irmão Leão. E, também, Franscisco, o papa. Todos seguidores do filho de Deus, do que explicou a nova aliança, o novo mandamento. Nada cresce sem amor. Nos atos dos apóstolos, o relato dos que viam os primeiros cristãos e diziam: “Vejam como eles se amam”. O amor é uma civilização a ser acreditada. Descrentes, dispensamos os outros. Os que decidimos perdedores. Os que decidimos imperfeitos, pecadores. Não aprendemos nada com a história que condenou, que atirou pedras, que não olhou com bondade outros olhos. Descrentes, construímos o tempo ou os tempos das competições, do grito da vitória e da humilhação dos derrotados. Derrotados somos todos quando não sentimos o amor, princípio fundador da irmandade. Os irmãos correm juntos. Por que é preciso um vencedor? Por que, desde as infâncias, o ensino do erro? É de mãos dadas que se forma a ciranda da vida, que se dança o respeito, que se espera o tempo da organização da passada dos pés, da afinação da voz e até dos cansaços. A morte é uma pausa na humanidade. É um sagrado compromisso do despedir. Como o fim de um dia ou de uma estação ou de uma história que um dia viveu. Leão XIV é filho de Santo Agostinho, o santo que falou e viveu o amor. “Ama e faz o que quiseres”. O amor de Agostinho não é um amor egoico. Amor não combina com egoísmo. O amor de Agostinho é um amor comprometido com o plantio correto de uma civilização em que ninguém fique para trás. Parece uma utopia? O que seria de nós sem as utopias? A imagem dos dois papas é um sopro de esperança em uma noite prolongada em que vive a humanidade. Não há amanhecer nas guerras, nos discursos de ódio, na violência e na perversidade que matam a inocência de crianças e jovens no mundo virtual. A imagem dos dois papas. Da simplicidade do olhar de Leão à simplicidade de onde escolheu Francisco deixar o seu corpo permanecer. Porque somos mais do que corpos. Somos sopros de amor para o amar. É o que permanece... Publicado em O Dia, em 18 05 2025 ![]() ![]() |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |