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![]() Acadêmico: José Renato Nalini Um Emérito como Dom Angélico Sândalo Bernardino, que esteve ativo e partícipe de todas as atuações em que foi chamado a trazer sua palavra de esperança, faz repensar a ideia do Emérito. Ele precisa ter uma atuação mais forte
Pela vida de Dom Angélico Durante a celebração da Missa do 471º aniversário de São Paulo, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer pediu orações pelo Bispo Dom Angélico Sandalo Bernardino, que se encontrava hospitalizado em estado grave e necessitando das preces dos paulistanos. Dom Angélico é um bispo da Igreja Católica de grande protagonismo na História do Brasil. Hoje é Bispo Emérito da Diocese de Blumenau, da qual foi o primeiro bispo. Mas foi também bispo auxiliar de São Paulo. Por sinal, é paulista de Saltinho, distrito de Piracicaba, onde nasceu em 19 de janeiro de 1933. Seus pais, Duilio Bernardino e Catarina Sandalo, eram da primeira geração de ítalo-brasileiros. Desde cedo vocacionado à vida religiosa, Dom Angélico estudou Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, em São Paulo e Teologia no Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, em Viamão. Também curou Jornalismo em Ribeirão Preto. Inquieto, foi também Coordenador de Pastoral, Diretor do Jornal Diário de Notícias, Assistente Eclesiástico do Movimento Familiar Cristão, das Equipes de Nossa Senhora e do movimento surgido na Espanha chamado Cursilhos de Cristandade. Foi nomeado Bispo-Auxiliar de São Paulo, pelo Papa Paulo VI, em 12 de dezembro de 1974, com a sede titular de Tambeae. Recebeu a ordenação episcopal na Festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, em 25 de janeiro de 1975, sendo oficiante o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Por isso, nesta data completou o seu Jubileu Áureo de Ordenação Episcopal: meio século como bispo da Igreja Católica no Brasil. Sempre exerceu o seu pastoreio em favor dos mais carentes. Foi Bispo responsável pela Pastoral Operária, Vigário Episcopal das Regiões Episcopais em São Miguel Paulista, Belém e Brasilândia. Atuou em defesa da democracia e integrou-se na ala progressista da Igreja Católica. Engajou-se na luta por moradia e saúde na Zona Leste e se tornou uma liderança muito respeitada nesse período em que esteve na capital pauista. Respondeu pela Caritas, movimento ligado à Igreja Alemã e que atua nos países em estágio de desenvolvimento na Regional Sul-1 da CNBB, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Dirigiu o Jornal “O São Paulo”, da Arquidiocese paulista. Participou, em 1992, da Quarta Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano em Santo Domingo. Em 1999 foi delegado eleito na Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para América, realizada em Roma. Entre 1995 e 2002 foi membro da Comissão Episcopal de Pastoral Setor de Vocações e Ministérios, da CNBB, a ele cabendo implementar as ações do Ano Nacional das Vocações. Em 19 de abril de 2000, depois de vinte e cinco anos de excelente trabalho na Arquidiocese de São Paulo, o Papa João Paulo II o designou para ser o primeiro bispo da nova Diocese de Blumenau, onde tomou posse em 24 de junho de 2000. Nesse período presidiu a Regional Sul-4 da CNBB e foi delegado eleito na Conferência de Aparecida. Sua renúncia por idade foi aceita por Bento XVI em 18 de fevereiro de 2009. Tornou-se Bispo Emérito e presidiu a Subcomissão para os Bispos Emeritos da CNBB. Passou a residir no Jardim Primavera, na Zona Norte da capital paulista. Bem-humorado, muito brincalhão, Dom Angélico, ao conversar com jornalistas, gostava de recordar sua paixão por futebol. Chegou a jogar como goleiro na escola e no Seminário. “Sempre na defesa”. E conforme se enfatiza no site em sua homenagem, “defesa dos vulneráveis, dos trabalhadores, dos movimentos sociais, da opção preferencial pelos pobres, da liberdade de expressão”. Diz-se que ele “também se saiu bem no ataque e no meio de campo, em todos os campeonatos que disputou: como padre em Ribeirão Preto, coordenador da pastoral do mundo do trabalho em São Paulo, diretor de diversos jornais, e, finalmente, bispo diocesano em Blumenau, sem jamais abdicar da coragem, da fala incisiva, do afeto incondicional e do compromisso inadiável com a evangelização”. Um Emérito como Dom Angélico Sândalo Bernardino, que esteve ativo e partícipe de todas as atuações em que foi chamado a trazer sua palavra de esperança, faz repensar a ideia do Emérito. Ele precisa ter uma atuação mais forte. A longevidade está fazendo proliferar esses sacerdotes que têm experiência, vivência e sapiência. Não podem ser sumariamente descartados, como acontece em vários lugares. Mas agora é rezar pela saúde de Dom Angélico Sândalo Bernardino. A Igreja e o Brasil ainda precisam muito dele. Publicado no Estadão/Blog do Fausto Macedo, em 27 01 2025 ![]() ![]() |
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