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A AMAZÔNIA NA BOCA DO POVO
Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça
A Amazônia está com tudo na imprensa brasileira e mais ou menos na imprensa mundial, por conta dae uma boa notícia que o desmatamento em 2023 foi o menor em muitos anos.

A Amazônia na boca do povo

A Amazônia está com tudo na imprensa brasileira e mais ou menos na imprensa mundial, por conta de uma boa notícia. O desmatamento em 2023 foi o menor em muitos anos, com uma queda vertiginosa em relação ao que aconteceu no governo passado.

Expurgada a patriotada, a notícia é boa, mas não é tão boa. O desmatamento segue firme, em patamares capazes de comprometer o ecossistema, a não ser que a redução nos próximos anos mantenha a taxa de redução do ano passado e que a conta feche com o tão decantado desmatamento zero em 2030. Até lá, é sonho, com agravantes sérias, capazes de complicar o resultado.

A pior notícia é que os garimpeiros voltaram a invadir as reservas indígenas e estão atuando na região da mesma forma que faziam antes das ações do governo, logo após a sua posse.

Depois do vexame ser exposto, o governo decidiu agir, enviando tropas das Forças Armadas e Polícia Federal para ficarem permanentemente sediadas lá e assim evitar que a região siga sendo explorada ilegalmente. Não há nada que garanta que vai dar certo, inclusive porque a Amazônia é imensa e as forças enviadas não são tão numerosas. Além disso, não se sente no governo a vontade política necessária para combater eficientemente o crime organizado que tomou conta do pedaço, no Brasil e nos países vizinhos.

O grande problema que precisa ser enfrentado rápida e competentemente é que a diminuição da floresta tem efeitos de curto prazo devastadores em outras regiões do país, começando pelo Sudeste, diretamente atingido pelo corredor aéreo que liga as duas regiões.

Quanto à própria Amazônia, o grande risco é que, com a destruição da floresta, aconteça a savanização de imensa parte de sua área, com a queda brutal da fertilidade do solo e os impactos globais que a ausência da floresta pode causar no clima do planeta.

Não é um quadro bonito. O risco é concreto e não estamos perto do ponto de inflexão do cenário atual. O governo tem interesse em acelerar as medidas de proteção da floresta? Claro que tem, até porque o meio ambiente e a riqueza natural do país são uma das maiores forças do Brasil para ser reconhecido como um player com peso internacional.

Só que, de repente, é da Amazônia que vem mais uma notícia preocupante. Que o Brasil está sujeito a terremotos não é novo. Terremotos fracos são sentidos faz muito tempo. Mas eles também podem ser relativamente fortes. Recentemente, um tremor de terra de 6,6 graus na escala Richter atingiu uma área de floresta próxima da divisa entre os Estados do Amazonas e de Rondônia, o que teve o condão de não causar vítimas. E se o terremoto acontecesse numa área urbana? Será que as cidades da Amazônia estão preparadas para isto?  Mesmo a região não sendo forte contratante de seguros, será que as seguradoras estão preparadas para isso? 

Publicado no SindsegSP, em 26 01 2024



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