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QUER VIVER MAIS?
Acadêmico: José Renato Nalini
Todos vamos morrer. Nem sempre sabemos quando. Mas a morte é certa. Por isso a preocupação com viver mais e melhor.

Quer viver mais?

Todos vamos morrer. Nem sempre sabemos quando. Mas a morte é certa. Por isso a preocupação com viver mais e melhor.

Os americanos são fanatizados por estratégias para viver mais. Gastam milhões de dólares anuais em dietas, academias e medicamentos. Muitos gurus fazem pregação a respeito de hábitos propiciadores de longevidade. Uma série na Netflix mostra os cinco espaços em que as pessoas conseguem ultrapassar os cem anos de vida e tais territórios são chamados de "Zona Azul", atraindo muitos interessados.

O Congresso da Sociedade Americana para Nutrição apresentou um relatório indicando oito hábitos que faz os homens ganharem mais 24 anos de vida e as mulheres mais 23.

Os oito hábitos associados ao ganho na longevidade são: não fumar, praticar exercícios físicos, contar com boas relações pessoais, não ter episódios frequentes de abuso de álcool, ter boas noites de sono, manter uma dieta saudável, controlar o estresse e não ter vício em medicamentos opioides.

Na verdade, a expectativa de aumento de vida resulta de múltiplas causas, quais a aplicação de vacinas, desenvolvimento de medicamentos cada vez mais modernos e maior capacidade de controlar doenças. Tais condições permitem que as pessoas cheguem aos 80 anos ou mais. Só que não têm qualidade de vida. O ideal do cultivo dos oito hábitos é garantir que o indivíduo viva mais, porém viva também melhor.

Quem deve se preocupar com essas pesquisas é a geração na faixa dos quarenta anos. Porque é o momento em que muitos hábitos já estão consolidados e os efeitos deletérios de alguns deles já se manifestam. É o momento de recalcular a rota e de minimizar prejuízos.

Para os responsáveis pela pesquisa, qualquer mudança positiva trará benefícios em qualquer etapa, seja aos 50, 60 ou 70. À evidência, impossível adotar os oito hábitos simultaneamente. Pode ser devagar.

Pela experiência pessoal, por conviver com fumantes, sei que essa dependência é muito forte. É preciso uma disciplina férrea, com que muito pouca gente pode contar. Já aumentar um dia para a prática de exercícios físicos, é muito mais fácil.

É preciso repensar a questão dos relacionamentos, mais importantes para a longevidade do que a própria enfermidade. A interação com outras pessoas por meio de encontros de verdade ou até por redes sociais, é um fator de relevância para aumentar a duração da vida.

Contar com uma rede de apoio, com um convívio social de verdade, que permita conversar, sair, ter uma troca, é essencial. A velhice impõe uma solidão forçada. É o que acontece em todo o planeta, mas principalmente nos Estados Unidos, onde a solidão é a única companhia dos idosos.

Um dos maiores desafios presentes é vencer o estresse. A excessiva requisição da vida contemporânea, as ameaças difusas da mudança climática, do empobrecimento, da queda dos valores sobre os quais muitas gerações alicerçaram suas verdades, tudo isso torna as pessoas ansiosas, angustiadas, estressadas.

O estresse, a depressão e a ansiedade são quase sempre subdiagnosticados. As pessoas tendem a considerar natural essa condição e convivem com ela. A vida sob constante estresse é um organismo sob intensa inflamação. Uma quase infecção que contamina todo o metabolismo. A receita é rir mais, é não ter raiva, é caminhar e apreciar a natureza, ingressar na mata, abraçar as árvores, dedicar-se a hobbies, meditar e fazer jardinagem.

Mas como garantir uma dieta saudável e uma boa noite de sono? Quem tiver esse remédio, que não implique em consumo de medicamentos fortes, que nos deixam confusos na manhã seguinte, pode repassar e eu agradeço.

Publicado no Jornal de Jundiaí, em 05 10 2023



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