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À LUZ DO CAMINHO
Acadêmico: José Renato Nalini
Preciosa a obra de Ives Gandra da Silva Martins, mais uma a se acrescentar à prolífica produção literária.

À luz do caminho

Preciosa a obra de Ives Gandra da Silva Martins, mais uma a se acrescentar à prolífica produção literária. Agora ele oferta à família e aos amigos o livro "Minha luta à luz do Caminho", comentários personalíssimos aos novecentos e noventa e nove pontos do "Caminho" de São José Maria Escrivá, o fundador da Opus Dei. Narra as suas lutas e "dificuldades na busca do Senhor. Talvez sirva, por esta razão, para aqueles que também vencem e são derrotados nas sempre misteriosas sendas que levam a Deus. Santa Teresa de Calcutá dizia que santo é o pecador que não desistiu".

A cada um dos quase mil conselhos, a meditação adequada, nas oitocentas e quarenta e quatro páginas da obra publicada pela Pax et Spes. É um tesouro que merece apurada apreensão, para ordenar a existência de quem se diz cristão, mas desiste da observância dos parâmetros evangélicos.

Ives sabe "que a vida do cristão é um recomeço permanente. E sempre recomecei, na esperança de deixar rastro...Recomeçarei, hoje e sempre e em cada recomeço sinto que estás mais perto e que o tempo perdido pode ser recuperado".

Tem presente em sua consciência que "todos os momentos da história humana são de crise. Quem ama o estudo dos acontecimentos passados nunca encontra nenhum momento em que para algum segmento da sociedade, senão para a grande maioria, os tempos não fossem difíceis para os oprimidos, para os escravizados, para os de pouca renda. A evolução humana melhorou os meios de conhecimento, a educação temporal e a tecnologia pertinente a cada época. Não melhorou, todavia, os tempos difíceis. Qualquer que seja o estágio civilizacional, os tempos são sempre difíceis para a grande maioria do povo". E Ives Gandra subsiste, íntegro e confiante, porque "o cristão veio para viver nos tempos difíceis...o cristão é aquele para quem o tempo difícil é a sua melhor matéria prima. Pois, nele, tempera sua vontade, sua sede de justiça, seu amor ao próximo, seu desprendimento, sua humildade, sua generosidade. Por isto, a conversação do verdadeiro cristão nunca é pessimista, mesmo quando tudo leve ao pessimismo. Nunca é triste, mesmo que tudo leve à tristeza. Nunca é amarga, mesmo que tudo leve à amargura".

Tal confissão de princípios ajuda a compreender a disponibilidade de Ives, sempre solícito, sempre acessível, sempre disponível para uma orientação, um conselho, para a participação em tantos eventos. Tem-se a impressão de sua ubiquidade, tamanha a dimensão de sua presença em tantos espaços. Tanto assim, que cheguei a brincar com ele, dizendo que, por ser parente de Santo Antonio, teria herdado do taumaturgo de Lisboa o dom da ubiquidade. Sim, o "Martins" de Ives e de João Carlos e seus irmãos, é o mesmo "Martins" de Fernando, mais conhecido como Santo Antonio de Pádua. Por sinal, o pai deles, Dr. José da Silva Martins, escreveu uma bela história do mais venerado integrante dos altares entre as famílias portuguesas.

Quando contempla a perseverança, Ives a diz "refletida...Não se pode viver como quem vive provisoriamente. O dia de hoje para aproveitar a vida. A vida só se aproveita na eternidade, desde que se faz desta vida uma vida de perseverança na busca do Senhor. E na tentativa de levar outros para o coração do Senhor".

A vocação cristã de Ives Gandra da Silva Martins o converteu em poderosa ferramenta de persuasão. "Uma máquina parada nada vale. Uma máquina enferrujada rende pouco. Uma máquina lubrificada rende muito. Nossa máquina a serviço de Deus pode estar parada, lubrificada ou enferrujada. Pode também estar desgovernada e se o estiver, além de não render nada, causa danos incomensuráveis. A caridade, ou seja, o Amor a Deus e ao próximo é o lubrificante".

Levou a sério a veracidade do axioma: "Um grama de exemplo é mais eloquente do que uma tonelada de pregação". Por isso a fidelidade ao modelo, o Cristo: "Cristo era simples. A sua simplicidade era infinita. Nunca seremos iguais a Ele, mas podemos lutar por viver a maior simplicidade possível. Deveremos saber tratar os outros de tal maneira que não os afastemos de nós. Para isto precisaremos entender os outros, escutando-os e procurando auxiliá-los. Só assim os aproximaremos de Deus".

Minha humilde convicção é a de que Jesus está muito contente com o apostolado de Ives. Vive coerentemente a sua crença e leva os que o conhecem e com ele convivem, à esperança de também poderem almejar o cultivo da humildade, do desprendimento, para servirem de modelo, não de opróbio.

Publicado no Blog do Fausto Macedo/Estadão
Em 30 05 2023



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