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RAQUEL E JOSÉ EDUARDO
Acadêmico: José Renato Nalini
O importante é que ainda existem casais como Raquel e José Eduardo Martins

Raquel e José Eduardo

Ontem, exatamente ontem, 29 de junho de 2022, Raquel e José Eduardo completaram cinquenta anos de casados. Bodas de ouro hoje é muito difícil. Aquilo que era regra inabalável há um século, hoje é exceção. Por sinal que esta semana se noticiou que o número de divórcios em 2021 quase atingiu noventa mil! O isolamento em virtude da pandemia acelerou o desencontro entre casais que já não viviam bem.

O importante é que ainda existem casais como Raquel e José Eduardo Martins, também conhecido como Penaforte. Ela é minha irmã: Neusa Raquel Nalini, agora Martins. Éramos seis em nossa casa: meus pais, eu, Raquel, René e Jane Rute. José Eduardo era meu colega no Divino Salvador. Parece que eles teriam começado a namorar exatamente na festa de formatura, em casa de Léta e Oswaldo Bárbaro. Picoco, o Luiz Francisco, era um dos formandos da Turma de 1960 do Divino.

Foram longos doze anos de namoro. José Eduardo foi estudar Medicina na Praia Vermelha, no Rio. Raquel continuou fidelíssima, a colecionar penas, que as amigas faziam questão de entregar a ela.

Quantas cartas eles trocaram? Não tenho conta. Isso é para a contabilidade afetiva do casal.

Ela se formou em Ciências Sociais na PUC-Campinas, como - aliás - toda a nossa família. Meus pais, humildes mas zelosos pela educação da prole, tiveram a alegria de ver os quatro filhos formados pela Universidade Católica da cidade das andorinhas: eu em Ciências Jurídicas e Sociais, René em Odontologia e Jane em Enfermagem, antes de cursar Direito em Jundiaí.

Os preparativos para o casamento deles foram motivo de muita alegria para o Baptista, mais conhecido como "Seu João" e para D. Benedita. Era a primeira filha que se casava. Queriam que ela tivesse linda cerimônia religiosa. Na Catedral Nossa Senhora do Desterro, antiga Matriz, onde meus pais também haviam se casado em 1º de maio de 1944, em plena II Guerra Mundial.

A intenção de minha mãe era a de que o celebrante fosse o Monsenhor Dr. Arthur Ricci, grande amigo da família. Mas quem oficiou a cerimônia foi Frei Clemente da Costa Neves.

Muitas viagens a São Paulo para a prova do vestido, confeccionado por Madame Georgina. Ela ousou e em lugar da grinalda, fez com que Raquel usasse um turbante. Prova de fogo e reservada a quem tivesse um rosto lindo. E ela tinha. E ela tem!

A Catedral foi decorada pelo amigo João Borim, com gérberas amarelas. Os padrinhos da Raquel foram Rosa Scavone, Pituca e Vadinho Coutinho, Lourdinha e Angelo Potenza. José Eduardo, filho da professora Yolanda Pierrucini Martins e de José Penaforte Martins, teve por padrinhos os seus familiares. Tinha um tio também médico, Renato Pierrucini e outro primo por afinidade era Elcio Guerrazzi, irmão do dr. Armando Guerrazzi.

Muita gente esteve na Catedral para cumprimentar o casal. Eram tantos os convidados, que Frei Clemente começou a apagar as luzes. No dia seguinte, minha mãe - que não deixava passar nada - foi levar um presente a ele, agradecendo a fidalguia com que nos tratou e a todos os convidados.

Raquel e José Eduardo foram morar em Campinas logo no início do casamento. Em 17 de maio de 1973 nasceu o único filho, Eduardo Nalini Martins, que ao se casar com Angélica, deu ao casal a única neta, Clara Nalini Martins. Ela segue os passos do avô e está na metade do curso de Medicina.

Discretos, avessos às celebrações, achei que estas Bodas de Ouro mereceriam ao menos um registro afetivo, que aqui deixo como irmão.

Publicado no Jornal de Jundiaí/Opinião
Em 30 06 2022



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