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HORÁCIO, UM BOM BRASILEIRO
Acadêmico: José Renato Nalini
Horácio precisa atuar neste momento brasileiro, em que há mais tristeza do que alegria. Maurício de Sousa continua atuante, produz sua arte para tornar o Brasil mais leve, mais ameno, mais simpático.

Horácio, um bom brasileiro

Maurício de Sousa publica seu livro “Horácio completo - 1963 a 1969”, narrando a origem do simpático dinossaurinho que nasceu em 1961. O mais importante é constatar que esse personagem seria o protótipo do bom brasileiro. Horácio é o Maurício, essa pessoa ética, generosa, solidária, empenhada em melhorar o mundo.

Confessa, espontaneamente: “Quando vi, Horácio passou a transmitir muitas coisas em que eu acreditava. Ele demonstrava uma visão otimista, de que o amanhã seria melhor que hoje. Além disso, gostava de ajudar os amigos e, às vezes, até os inimigos. Sempre com uma postura calma e confiante”. Os íntimos logo detectaram que Horácio é o Maurício: “Quem me conhecia bem, dizia: “Maurício, mas é você!”. Por mais que, inicialmente eu negasse, o Horácio foi conquistando mais e mais espaço nesse sentido. Tanto que muita gente passou a me chamar de “Maurácio”, veja só!”.

Maurício de Sousa cuidou pessoalmente desse personagem que é o seu “alter-ego”. Ele encarna o jeito Maurício de Sousa de enxergar a vida. E agora, consegue uma revisita de todos os momentos dessa proveitosa existência, que encantou não só as crianças, mas aquela criança que os bons não deixam morrer dentro de si.

Acompanhar as 294 páginas com todas as aventuras de Horácio, publicadas entre 8.9.1963 a 09.03.1969, é um percurso amoroso pela infância que se apaixonou pelo simpático personagem e que não perdia uma das estórias brotadas na mente fértil e inventiva de Maurício de Sousa. Ele arranja lugar para os macaquinhos ameaçados de extinção, defende a árvore que será exterminada e que se apavora à mera aparição de um machado. Isso em 1965, quando ainda nem se falava na ecologia, tema que se tornou recorrente e, hoje, tão urgente!

Horácio não quer ser atingido pelo gás da tristeza, vê-se forçado a contar piadas para o pavoroso dragão tristonho e foi tão bem sucedido, que o próprio dragão pediu a Horácio: “Vá-se embora, depressa, senão eu morro de tanto rir”.

Horácio precisa atuar neste momento brasileiro, em que há mais tristeza do que alegria. Maurício de Sousa continua atuante, produz sua arte para tornar o Brasil mais leve, mais ameno, mais simpático. É disso que todos precisamos. Muito Bem-vindo, Horácio, obrigado, Maurício!

Publicado no jornal Folha do ABC
E< 19 11 2021



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