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HUNDERTWASSER, EM VIENA
Acadêmico: Eros Roberto Grau
É verdade, de verdade: cada dia é um novo dia!

É verdade, de verdade: cada dia é um novo dia!
Tania e eu jamais estivéramos, desde a primeira vez que fomos a Viena, no final dos anos oitenta do século XX --- e para lá nos vamos ano a ano, por conta do Concerto do Ano Novo! --- jamais estivéramos naquele recanto encantador que em janeiro de agora nos fascinou, a Hundertwasserhaus. Um conjunto residencial construído por Friedrich Stowasser --- que voluntariamente alterou seu nome para Hundertwasser --- e Josef Krawina.
Os dois já se foram deste mundo. Hundertwasser em fevereiro de 2000, Krawina em dezembro de 2018. Já se foram, mas estarão, para sempre, no recanto maravilhoso que criaram no coração de Viena.
Assim que lá chegamos olhei para Tania, perguntei-lhe porque jamais me levara ali e ela me disse que era exatamente essa a pergunta que tinha a me fazer. Disse-me isso e entrou na livraria na nossa frente, onde comprou este livro que agora tenho em minhas mãos. Um livro realmente interessante, que tudo conta a respeito do todo que compõe a Hundertwasserhaus.
Edificações ecológicas, isso Hundertwasser desejava criar. Com a colaboração de Krawina, que em 1979 desenhou sua primeira planta arquitetônica. A partir daí seguidamente novas plantas, nas quais foram inseridas --- pasmem! ---, nas palavras de Hundertwasser, inúmeras "árvores locatárias". Idas e vindas desde então, aqui e ali os dois discordando um do outro. Ao ponto de Krawina ter abandonado o projeto e outro arquiteto, Peter Pelikan, ter sido convocado para finaliza-lo. De modo tal que no dia 16 de agosto de 1983 a primeira pedra do conjunto residencial que nos fascinou foi instalada.
Hundertwasser nasceu ali mesmo, em Viena, no dia 15 de dezembro de 1928. Estudou na Academia de Belas Artes de Viena e andou pelo mundo, sem parar. Itália, Paris, Marrocos, Tunísia, Sicília. Ao fim de tudo a Nova Zelândia, onde morreu à bordo do Queen Elisabeth II, seu corpo tendo sido enterrado no Jardin des morts heureux, o jardim dos mortos felizes.
Tudo, tudo em torno da Hundertwasserhaus nos fascinou, a Tania e a mim. Imagens, memórias e, além de tudo, a referência ao fato de que os inspiradores da arte por ele praticada foram Gustav Klimt e Antonio Gaudí. Por conta dele caminhamos agora pelas ruas de Viena e Barcelona. Como se os três, Gustav, Antonio e Friedrich --- nada de sobrenomes neste passo --- caminhassem conosco. caminhamos juntos, já que o tempo não existe. Não apenas na Hundertwasserhaus, também na Barcelona de Gaudí, a igreja da Sagrada Família amorosamente nos enlaçando.
Um belo sonho. Belíssimo mesmo, hoje, aqui, agora! Friedrich Hundertwasser nos trazendo a serenidade que repousa em suas "árvores locatárias"!

# destaque
As árvores de Hundertwasser!

Publicado no dia 02 de maio de 2020, no jornal Diário de Santa Maria.






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