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VAI E NÃO PEQUES MAIS!
Acadêmico: Dom Fernando Antônio Figueiredo
Reflexão do evangelho, Jo 8, 1-11 - Vai e não peques mais!

reflexão do evangelho, domingo, 07 de abril, " Jo 8, 1-11 - Vai e não peques mais!", de autoria do acadêmico Dom Fernando Antonio Figueiredo.



Jo 8, 1-11 - Vai e não peques mais!

Impressionante! Ouvindo-o falar de Deus, supremamente pessoal, único e comum a todo o povo de Israel, os ouvintes de Jesus se sentem constrangidos, quando Ele passa a descrever Deus como um Pai misericordioso, que, no seu amor, enviou seu Filho para libertar os homens de suas imperfeições e torná-los participantes da vida divina.

Para os escribas e fariseus era uma overdose espiritual. Pois tais palavras não faziam parte do seu mundo religioso: “Como era possível que um homem, nascido de uma mulher, Maria, fosse Filho de Deus, e pudesse introduzir-nos na comunhão divina? ”.

Mas havia ainda algo que os surpreendia, sobremaneira: o modo livre de se dirigir a Deus, com uma intimidade jamais imaginada. Manifestava-se como um ser humano, totalmente imanente, que vivia, respirava, emocionava-se, mas suas atitudes e palavras, se de um lado pareciam arrebatadoras, de outro lado soavam paradoxais e, extremamente difíceis de serem admitidas, pois sugeriam ser Ele absolutamente transcendente.

Ah, pensavam eles, eis uma prova concreta, irrefutável: uma mulher pecadora, que, segundo suas normas e prescrições, deveria ser apedrejada. Como Ele reagiria? Como se colocaria diante da exclusão, do ódio, do pecado? Querem prová-lo, sobretudo, procuram encontrar motivos para acusá-lo e levá-lo à morte. Com certa malícia e, por que não, com certa audácia, perguntam-lhe: “Que dizes tu? ”. Jesus, absorvido por outros pensamentos, não responde, imediatamente. Permanece calado. Silêncio constrangedor... É a fala espiritual dos que vivem perto de Deus...

Após alguns minutos, numa atitude gentil e respeitosa, Jesus, para não olhar a mulher em sua vergonha, começa a escrever na terra com o dedo. Impacientes e embaraçados, seus adversários persistiam em interrogá-lo. Então, erguendo os olhos, Ele os deixa perplexos, ao dizer: “Quem dentre vós que não tem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”.
E, inclinando-se de novo, volta a escrever na areia. Na medida em que liam o que Ele escrevia, eles, começando pelos mais velhos, como que colocados diante do secreto tribunal de suas consciências, vão se retirando.

“Ficaram só Jesus e a mulher de pé, no centro”. Sem desprezá-la, com afeto e complacência, o Mestre lhe pergunta: “Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? ”. Cena comovedora, não mais a voz intransigente, acusadora e severa dos doutores da Lei, mas uma voz, cheia de compreensão e de doçura, confortando-a: “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”.

Diz S. Agostinho: “O pecado é rejeitado, mas não a pecadora arrependida, que é convidada a voltar-se para Deus, garantia de vida eterna”. A alegria daquela mulher não passa despercebida.
Essas mesmas palavras soam em nosso coração: o sopro misericordioso do amor de Jesus apaga os nossos pecados, escritos na areia, e, graças ao Espírito Santo, purificados, participamos, desde já, das belezas da vida divina.




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