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VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL
Acadêmico: José Renato Nalini
"A família também precisa se aproximar da escola e aprender a participar da gestão do estabelecimento, auxiliando diretora e professores".

A recente divulgação dos resultados das avaliações sobre o desempenho do estudante brasileiro causaram compreensível reação. Por que o aprendizado não ostenta performance compatível com o esforço de tantos profissionais, o desempenho dos educadores e o investimento do governo, em período de tamanha dificuldade financeira?

Se a cobrança por melhores resultados é legítima, pois educação é tema de extrema relevância, o momento é propício a que todos nos auto-indaguemos sobre o que se espera de cada brasileiro nesta quadra histórica.

A educação é direito de todos, diz o constituinte de 1988. Mas esse direito é dever solidário do Estado, da família e da sociedade. É o que o diz o pacto federativo no seu artigo 205. Será que cada um dos três núcleos de responsabilidade pode fazer mais para alcançar índices desejáveis?

Verdade que o Estado já aplica verba substancial para a política pública educacional. São Paulo, por exemplo, investe um terço do seu orçamento na educação. Não é pouco. Outros países, com investimento análogo, estão dentre os primeiros classificados nos páreos da avaliação. Pode, entretanto, o governo, nos três níveis, fazer mais. Principalmente em relação à otimização do custeio, para que recursos preciosos mereçam cada vez melhor aplicação, de maneira a favorecer o projeto de remuneração mais adequada ao Magistério. Prioritariamente ao Magistério, que está na trincheira a ensinar o alunado e a formar as futuras gerações, sem prejuízo a contemplar em seguida os demais profissionais de educação.

Um gestão mais esperta, a adoção de estratégias de racionalização, de simplificação e de obtenção de êxitos ainda mais tangíveis do que os atuais, é o objetivo de todos os que efetivamente se preocupam com a elevação da qualidade do ensino público.

Nada obstante, a família e a sociedade podem e devem fazer mais. A família não podem declinar do seu mister de oferecer a seus filhos o “currículo oculto” ou “currículo implícito”, que ensina a criança a respeitar o mestre e a ser responsável pelo seu único e indeclinável compromisso: estudar e aprender. A família também precisa se aproximar da escola e aprender a participar da gestão do estabelecimento, auxiliando diretora e professores, além de cobrar dos filhos devotamento e esforço, treiná-los a um saudável exercício de cidadania, que começa por um bom tratamento a todo o corpo docente e funcional e a resolver pacificamente as controvérsias.

A sociedade civil, que é a destinatária do egresso da escola, tem obrigação de auxiliar a formação dos futuros quadros. A “adoção afetiva” de uma escola pública é um projeto exitoso e promissor. Qualquer pessoa pode incentivar o projeto “Escola da Família”, oferecer-se como agente de disseminação do voluntariado, participar dessa política pública sem a qual o Brasil não chegará ao destino com que sonhamos. Tudo isso é perfeitamente viável e a sociedade civil deve assumir tal compromisso com entusiasmo e vigor, para bem cumprir sua obrigação cívica em relação à educação.

A missão de educar é superior aos objetivos de uma gestão governamental. É uma proposta que está acima até dos propósitos do Estado, pois se insere num desenho de Nação. Esta instituição é mais consistente do que a própria sociedade artificialmente criada para coordenar o convívio. Baseia-se na emoção, na intenção de continuar a viver junto, de alimentar um objetivo permanente, com fundamento nas tradições comuns e no cultivo do afeto. Sem educação de base sólida, não se converterá o País naquela potência sustentável que é a aspiração de todo brasileiro patriota.

Por esse motivo, todos estão conclamados a se articular em torno a um trabalho sério, firme, audacioso e efetivo rumo à edificação de uma escola compatível com nossas pretensões de consolidar uma respeitada Nação.

O momento é agora e ninguém está dispensado de colaborar com ideias e, principalmente, com trabalho concreto. Vamos lá?



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