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“ADOLESCÊNCIA BEM APROVEITADA”
Acadêmico: José Renato Nalini
"Nações poderosas fazem do recinto escolar um espaço de realização de todas as atividades que realmente interessam à população local."

O Programa “Escola da família” da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, completa treze anos. Criado em 2003, oficializado em 2004, na gestão de Gabriel Chalita e Paulo Alexandre Barbosa, completa treze anos bem vividos. É um reconhecido êxito nas mais de duas mil escolas onde funciona.
O intuito é saudável. Fazer a família e a comunidade participarem da vida escolar, prioritariamente nos fins de semana, dias em que não há atividade no calendário oficial. Esse é o dia para que mães e pais se reúnam dentro da Escola, com os alunos e com quem não é aluno, com outros parentes, vizinhos e todos os que se interessarem por uma educação de qualidade na Rede Pública bandeirante.
Nesses treze anos, houve 800 milhões de participações registradas, 220 mil educadores universitários beneficiados, 39 mil educadores profissionais, 206 mil voluntários envolvidos e 40 milhões de atividades realizadas.
O princípio é muito simples. O universitário que for escolhido para esse programa recebe a Bolsa Universidade, e retribui com o seu trabalho aos sábados e domingos. Cada qual oferece aquilo de que é provido. Os estudantes da Licenciatura e Bacharelado contribuem com o reforço aos alunos que quiserem ou desenvolvem jogos, atividades lúdicas, ensinam arte, treinam esportes ou atendem à demanda da clientela.
Quatro Eixos orientam esse Programa: Esporte, Trabalho, Saúde e Cultura e deles se irradia uma série de outros focos, todos voltados a fortalecer o convívio saudável entre todos os que formam a grande família da educação.
É fundamental que a Diretoria da Escola e, principalmente, a vice-diretoria, se apaixone pelo projeto e dedique a ele o entusiasmo necessário para que se sobreviva, se fortaleça e se aprimore continuamente. As crianças precisam ser convencidas de que isso é bom para elas e para a comunidade. São as maiores propagandistas desse ideal convívio em família, fazendo da escola o centro de convergência dos interesses locais.
Um dos sintomas de estágio civilizatório superior em Países considerados de Primeiro Mundo é o envolvimento entre família e escola. Nações poderosas fazem do recinto escolar um espaço de realização de todas as atividades que realmente interessam à população local. Nos Estados Unidos, por exemplo, a escola tem um auditório que serve não apenas para as cerimônias próprias aos desenvolvimento do projeto pedagógico, mas de teatro, recital de música, exibição de filmes, realização de festas e até de velórios. Isso mostra um sentimento de pertença: o equipamento público é da população. Ela não está a se apropriar de algo que é do governo, senão utilizando de maneira condizente aquilo que é dela mesma.
A família tem de estar dentro da escola, pois é esse seu dever. A Constituição da República elegeu a educação a direito de todos e dever do Estado e da família, em colaboração com a sociedade. E a Lei de Diretrizes e Bases atribuí à família, em primeiro lugar, a missão de educar.
Se a família não participar do processo educativo, o Estado sozinho não terá condições de atender aos objetivos previstos no pacto federativo para a educação pública: desenvolver todas as potencialidades da pessoa, aqui incluídos não apenas o acervo de informações, hoje disponível a todos e acessível a qualquer portador de celular, cujo o uso é praticamente universalizado. Mais ainda: habilitar o ser educando para um exercício responsável da cidadania e qualifica-lo para o trabalho.
O Estado faz sua parte ao destinar 31% do orçamento para a educação. Mas a família tem suas obrigações e responsabilidades para que a aplicação desse dinheiro de todos mesmo daqueles que não têm filhos na escola seja otimizada e produza os resultados esperados.
A Escola da Família é uma adolescente bem aproveitada. Tem treze anos de experiência de crescente aprimoramento. Mas ela precisa chegar à maturidade ainda mais apta a transformar o Brasil na Pátria desenvolvida, afinada com a contemporaneidade e com uma população bem formada e cada daí mais feliz.

Fonte: Correio Popular de Campinas | Data: 16/09/2016





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