cadeira nº 3
MATIAS AIRES
Fundador: Luís Pereira Barreto

MATIAS AIRES (Ramos da Silva dEça, 1705-1770).

Nasceu a 27 de março de 1705, em São Paulo (SP), foi o primeiro filósofo brasileiro.

Filho de José Ramos da Silva e de D. Catarina dHorta, Matias Aires foi alfabetizado por jesuítas no Pátio do Colégio, centro velho da cidade de São Paulo. Aos doze anos, mudou-se com sua família para Lisboa. Em Portugal fez o curso de humanidades no Colégio Santo Antão. Prosseguiu os estudos na Universidade de Coimbra e recebeu o grau de mestre em artes. Transferiu-se para a França e fez os cursos de direito civil e canônico, em Bayonne. Sua obra, a despeito do valor ou talvez por isso mesmo, permaneceu olvidada desde 1786 até 1921, data da 5ª edição, feita por J. Leite & Cia., como reimpressão "fac-simile" da 1 ": Reflexões sobre a vaidade dos homens ou Discursos Morais, Lisboa, 1752; 2ª ed., Lisboa, 1761; 3ª ed., Lisboa, 1778; 4ª ed., correta e aumentada com uma carta do autor sobre a fortuna, Lisboa, 1786; 5ª ed., fac-símile da 1ª, Rio de Janeiro, 1921. É escritor clássico de merecimento e um dos poucos moralistas da nossa literatura.


Faleceu em Lisboa, em 1763.
Ele foi o pioneiro dos filósofos brasileiros mas nunca foi aceito. Teve seu primeiro livro publicado no Brasil em 1993, 245 anos depois. A rejeição talvez seja por sua situação econômica privilegiada.

Portugal. Lá estudou direito em Coimbra, e na Sorbonne, Paris/França, cursou ciências naturais, hebraico e matemática. O filósofo nunca foi bem aceito e conhecido no Brasil. Foram vários os livros escritos por ele, sendo o mais conhecido " Reflexões sobre a Vaidade dos Homens", que foi publicado no país somente em 1993. Outra obra importante de Aires é Carta sobre a Fortuna que merece uma leitura minuciosa. Se contarmos a partir da morte do filósofo, são somente duzentos e quarenta e cinco anos depois. Quem passa pela rua de quatro quarteirões que leva seu nome, na Consolação, é uma justa homenagem ao pioneiro da filosofia no Brasil. Desanimado pelo descaso com suas idéias filosóficas, então, ele retornou à Portugal onde morreu em 1763.

Júlio Dinis

Em seu livro: Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens.

"Com os anos não diminui em nós a vaidade, e se muda, é só de espécie.

A cada passo, que damos no discurso da vida, se nos oferece um teatro novo, composto de representações diversas, as quais sucessivamente vão sendo objetos da nossa atenção, e da nossa vaidade.

Assim como nos lugares, há também horizontes na idade, e continuamente imos deixando uns, e entrando em outros, e em todos eles a mesma vaidade, que nos cega, nos guia.

Nem sempre fomos suscetíveis das mesmas impressões; nem sempre somos sensíveis ao mesmo sentimento; sempre fomos vaidosos, mas nem sempre domina em nós o mesmo gênero de vaidade".

"Que coisa é a ciência humana, senão uma humana vaidade?

Quem nos dera que assim como há arte para saber, a houvesse também para ignorar; e que assim como há estudo, que nos ensina a lembrar, o houvesse também, que nos ensinasse a esquecer".

AIRES, Matias. Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens. Introdução de Alceu Amoroso Lima. Ilustrações de Santa Rosa. São Paulo: Livraria Martins Editora S. A., 1955.

Fundador: Luís PEREIRA BARRETO (1840-1923)




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