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TEMOS MUITO A GANHAR COM A CHINA
Acadêmico: José Renato Nalini
O Brasil só tem a ganhar se mirar o exemplo chinês; a China é fascinante e misteriosa 17 de Abril, 2022 às 3:02 José Renato Nalini

Temos muito a ganhar com a China

Não há idiotice maior do que brigar com a China. Por todos os motivos. Ela é muito superior em todos os aspectos. Maior território, maior população, maior PIB, maior ciência, maior tecnologia, melhor educação.

A China é uma fascinante e misteriosa nação. Tem uma história que a imaginação mais copiosa não inventaria. Milenares tradições, lendas, mitos, folclore e arte. Dança, porcelana, pintura, poesia e romance, paisagens magníficas. Detentora de uma das reconhecidas maravilhas do planeta, a grande muralha.

A filosofia de Confúcio treina os humanos para a resiliência, para a serenidade e para a resignação, sem fazer com que desistam da batalha. Aliás, o povo chinês sabe enfrentar desafios.

A transformação científico-tecnológica fez da China uma potência mais promissora do que os Estados Unidos. A educação chinesa conseguiu preparar os profissionais do futuro. A agricultura avançou consideravelmente. Tanto que a China alcançará autonomia na produção de soja e de milho, libertando-se da necessidade de importar tais comodities.

A questão ambiental é levada a sério, com o aquecimento global merecendo a atenção das Universidades e das empresas chinesas. A descarbonização entrou no radar chinês e a busca por matrizes energéticas limpas congregou toda a inteligência para que as descobertas venham a ser implementadas com rapidez.

Quem conhece a China pode testemunhar a capacidade de trabalho de seu povo. Tenho depoimentos verazes de brasileiros que lá estiveram por ocasião das Olimpíadas. Dormiam e da janela de seu hotel enxergavam um canteiro de obras em dinâmica movimentação. Acordavam pela manhã e ali surgira um jardim florido. Pronto e acabado!

A mobilidade célere com meios de transporte avançadíssimos, o domínio das TICs - Tecnologias da Informação e da Comunicação -, a pós-graduação avançada em todas as áreas, compete com investimentos maciços nas regiões ainda necessitadas de um adicional empenho.

O Brasil só tem a ganhar se vier a se mirar no exemplo chinês. Uma recomendação à juventude anglófila, que só aprende inglês, é procurar dominar o mandarim, que será a língua do futuro.

Por lamentáveis equívocos de foco diplomático, o Brasil chegou a se portar de maneira irresponsável, hostilizando a China e dando margem a que a poderosa República começasse a pensar em deixar de exportar produtos brasileiros derivados do desmatamento. Responsabilidade ambiental que o Brasil não demonstrou nos últimos anos.

Se isso vier a acontecer, cumulado com o cultivo de soja na própria China e também na África, onde os investimentos chineses modernizam o continente e vão de vento em popa, o Brasil de nossos netos terá de chorar e lastimar a falta de visão de alguns transitórios ocupantes de cargos de mando, que não enxergaram o quão nefasto foi o seu gesto de rebeldia leviano e tolo.

Como a diplomacia brasileira é uma das melhores do mundo, assim que passar a fase plúmbea, talvez seja possível consertar o erro e ressarcir o prejuízo. Assim seja!


Publicado no Jornal de Jundiaí/Opinião
Em 17 04 2022



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